— O Brasil é o 11º país do mundo em quantidade de supercomputadores, sendo três da Petrobras, o que mostra que ela tem um alto nível tecnológico. Estamos super bem colocados e, com o Pégaso, vamos ficar entre os 10 maiores — disse Coutinho.
Como é a instalação
A montagem começou em julho, em Vargem Grande, no Rio de Janeiro, e até o final do ano o novo supercomputador, de 30 toneladas, vai entrar em operação. Quando estiver funcionando, terá a mesma capacidade de 150 mil laptops ou 6 milhões de celulares. Foram necessários 32 caminhões para levar todas as peças, que alinhadas correspondem à altura de um prédio de 10 andares (35 metros).
O Pégaso vem se juntar ao Fênix, ao Atlas e ao Dragão, três supercomputadores instalados nos últimos três anos e que elevaram a capacidade de processamento da estatal de 10, 2 petaflops em 2019 para 42 petaflops em 2021. Cada petaflop – sigla de Floating-point Operations Per Second – realiza 1 quatrilhão de cálculos por segundo.
História
Consultor master da Petrobras há 35 anos na área de tecnologia, Luiz Rodolpho Monnerat conta que os supercomputadores começaram a chegar à companhia em 2007, após a descoberta do pré-sal, e levaram alguns anos para atingir os 42 petaflops atuais. A Petrobras foi pioneira na América Latina no uso de placas gráficas para fazer processamento sísmico e uma das primeiras também a usar computadores de alta performance.
Com o Pégaso, a petroleira vai dobrar de capacidade e fechar o ano com 80 petaflops, agregando outros pequenos clusters (conjuntos) de computação, um deles apelidado de Tatu. Sozinho, o novo equipamento tem 62 petaflops, fazendo em segundos, por exemplo, o que um laptop levaria semanas.
— Desde os anos 1970 a Petrobras trabalha com computadores de alta performance, mas não dá para comparar com o Pégaso. À medida que os processadores vão ficando mais rápidos, você consegue resolver problemas numéricos mais desafiadores e trazer mais economia para a empresa — explica Monnerat.
Precisão e rapidez resultam em economia
Mais precisão
O Pégaso torna possível gerar imagens sísmicas mais precisas da subsuperfície de áreas onde a Petrobras quer produzir ou descobrir petróleo, como a Margem Equatorial, uma nova fronteira que a estatal está prestes a desbravar.
— Você tem menos chance de furar um poço seco a 100 metros do lugar certo, por exemplo — explica Luiz Rodolpho Monnerat.
Economia
— Com uma imagem melhor, em vez de colocar oito poços no campo, você faz seis, porque consegue ver os melhores lugares para perfurar — diz o consultor Monnerat, lembrando que, com isso, a Petrobras economiza alguns milhões de dólares.
Viabilidade
Segundo Monnerat, há 10 anos, um computador com essa capacidade custava no mínimo US$ 3 bilhões e hoje a empresa paga US$ 300 milhões pela sua utilização por cinco anos, quando deverá se tornar obsoleto.
— Sempre teve supercomputadores, mas há 10 anos era inviável construir um Pégaso, o retorno econômico não seria o mesmo. A gente investe nisso porque espera um retorno maior do que o investimento — explica o consultor.
Capacidade
Com o Pégaso, a petroleira vai dobrar de capacidade e fechar o ano com 80 petaflops (unidade de desempenho, especialmente no processamento de cálculos), agregando outros pequenos clusters (conjuntos) de computação. Sozinho, o novo equipamento tem 62 petaflops, fazendo em segundos, por exemplo, o que um laptop poderia levar semanas.