Petrobras ficará com apenas 4 das 28 sondas da Sete Brasil

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O projeto da Sete Brasil, que envolveu cinco estaleiros – dos quais dois foram construídos do zero -, tinha a promessa de gerar investimentos da ordem de US$ 27 bilhões

A Petrobras vai ficar com apenas quatro das 28 sondas que foram encomendadas à Sete Brasil, empresa criada na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para construir e operar os navios que seriam responsáveis por explorar o pré-sal. O projeto, que foi alvo da Operação Lava-Jato, envolveu o pagamento de propinas por parte de representantes dos estaleiros, segundo ex-diretores da companhia. A Sete Brasil nasceu em 2010 e era a promessa da retomada do setor naval no Brasil.

A decisão foi tomada ontem pelo Conselho de Administração da Petrobras. Os acionistas da Sete Brasil iniciaram uma arbitragem contra a Petrobras no início de 2017 alegando perdas que chegam a R$ 7 bilhões com a desistência da Petrobras no projeto. Como a Sete Brasil atrasou a entrega dos equipamentos e com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras tentou renegociar os contratos de afretamento, o que foi recusado pela Sete Brasil, gerando um impasse entre as empresas. Embora a estatal tenha definido o número de sondas, o processo de arbitragem continua.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras informou que vai encerrar o contrato de 24 sondas celebrados com a Sete. Os outros quatro acordos terão uma vigência de 10 anos com taxa diária de US$ 299 mil, o que inclui o valor o afretamento e operação das unidades. Essas quatro sondas estão com mais de 90% das obras concluídas desde o ano passado.