Ônibus urbanos perdem três milhões de passageiros por dia

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O levantamento aponta a crise econômica do país e o desemprego como os principais vilões da tendência acentuada de redução de passageiros.
O levantamento aponta a crise econômica do país e o desemprego como os principais vilões da tendência acentuada de redução de passageiros.

Três milhões de passageiros por dia deixaram de utilizar os ônibus urbanos nos deslocamentos realizados em 2016, segundo levantamento anual sobre o desempenho do setor, feito pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). O estudo registra redução média de 8,2% em relação ao ano de 2015, com base na análise consolidada dos dados de abril e outubro.
Os dados são baseados em nove das principais capitais brasileiras (Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), que concentram 37% da demanda transportada no Brasil. O levantamento aponta a crise econômica do país e o desemprego como os principais vilões da tendência acentuada de redução de passageiros.
“Certamente, são fatores que interferem na dinâmica da mobilidade urbana das cidades, mas temos que levar em conta também outras distorções do sistema de transporte urbano, como a falta de fontes de financiamento para a tarifa, hoje paga exclusivamente pelo usuário”, avalia Otávio Cunha, presidente executivo da NTU.

Frota envelhecida

O ano de 2016 foi mais um ano de envelhecimento da frota. Em abril foi registrada a idade média de cinco anos e um mês, já em outubro, houve um pequeno acréscimo para cinco anos e quatro meses. Este foi o quinto ano consecutivo em que foi verificado aumento da idade média do total de 37.158 veículos existentes nas nove capitais selecionadas que fazem parte da avaliação do desempenho operacional.
O aumento da idade média é decorrente de dois fatores principais: o desequilíbrio econômico-financeiro do setor, que gera redução dos investimentos, e a falta de programas de financiamento que apresentem condições atraentes para aquisição de veículos, especialmente prazos e taxas de juros condizentes com as realidades operacional e econômica das empresas.
Fonte: NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos)