Obras de dragagem do Porto de Rio Grande são suspensas novamente até audiência de conciliação

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Suspeita é de que o trabalho seria responsável pelo surgimento da lama na Praia do Cassino. Recomendação foi feita pelo Ibama à Secretaria Nacional de Portos

As obras de dragagem do Porto de Rio Grande, na Região Sul do estado, foram suspensas novamente. Desta vez a recomendação foi feita pelo Ibama à Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Os trabalhos devem ser interrompidos até quarta-feira (19), quando ocorrerá uma audiência de conciliação na Justiça Federal. A suspeita é de que a obra seria a responsável pelo surgimento da lama na Praia do Cassino.

Na semana passada, o Ministério Público Federal havia recomendado a suspensão da dragagem depois que a lama apareceu em um trecho. A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) acatou a recomendação na quinta-feira (13) interrompendo os trabalhos.

Mas, horas depois, a obra foi retomada após a Secretaria Nacional de Portos encaminhar um ofício com o pedido. A Secretaria alegou que a “paralisação ocasiona evidente prejuízo na execução da obra e aos cofres públicos, sem ganho operacional ao Porto” e informou que não havia estudos conclusivos.

O MPF, então, ingressou com uma ação, pedindo que a obra pare. Esse pedido está sendo analisado pela Justiça Federal.

Na sexta-feira (18), o representante do SOS Cassino, Helder Salvá, disse ao G1 que a decisão de retomada das obras é “um absurdo”. “Contrária ao princípio da precaução e é visível a todos que atende apenas interesse contratual e financeiro”, afirmou.

A dragagem começou no fim de outubro. Dos 18 milhões de metros cúbicos de sedimentos do canal de navegação do Porto de Rio Grande, dois milhões já foram removidos.

Trecho com lama continua isolado

O trecho atingido pela lama na Praia do Cassino, no Sul do Rio Grande do Sul, recebeu placas indicando os locais impróprios para banho, na terça-feira (11) da semana passada.

Máquinas trabalharam na beira mar para isolar e delimitar o acesso dos banhistas e motoristas em uma área de 3,5 quilômetros, próximo à localidade Querência.O objetivo da prefeitura é prevenir afogamentos, já que os banhistas podem ficar presos na lama.