O que atrapalha o comércio exterior no Brasil

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Exportação: estudo mostra o que atrapalha as empresas brasileiras na hora de exportar – e o que pode dar fôlego / Foto: ThinkStock

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A movimentação de contêineres nos portos do país segue um ritmo crescente. No acumulado do ano, a balança comercial brasileira está positiva (exportações maiores que importações) em US$ 12,244 bilhões, maior saldo para janeiro a outubro desde 2012, quando ocorreu superávit de US$ 17,345 bilhões. Pelos cálculos do governo, a balança deve fechar 2015 com saldo positivo de mais de US$ 15 bilhões e dobrar o resultado no ano que vem, com as exportações superando as importações em mais de US$ 30 bilhões.

Mas o bom desempenho não significa, necessariamente, que as empresas brasileiras estejam em “sua melhor forma” quando o assunto é comércio exterior. Há muita coisa que elas podem e devem fazer para ganhar fôlego e aumentar em competitividade.

Segundo um novo estudo global divulgado nesta segunda-feira (16) pela Thomson Reuters em parceria com a KPMG, 70% das empresas poderiam ser mais competitivas em seus processos de exportação se otimizassem a gestão de suas operações.De acordo com o levantamento, o processo de gestão das operações de importação e exportação é complexo e, para 2/3 dos respondentes da pesquisa, deve se tornar ainda mais complicado nos próximos 3 a 5 anos.

Os maiores desafios que os gestores enfrentam atualmente estão relacionados aos processos manuais realizados em sistemas distintos e à complexidade das alterações normativas — que no Brasil chegam em média a 3 alterações por dia útil, de acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil.

Também foram mencionados como desafios importantes a interpretação de regras em diferentes países, a mudança de exigências junto a instituições públicas locais e a necessidade de lidar com processos antiquados.

A burocracia, inevitavelmente, é um complicador do comércio exterior. Segundo os entrevistados, os processos que consomem mais tempo e recursos são documentação e licenciamento de importação, a gestão de despachantes aduaneiros e a classificação de importação de produtos. Estes processos também são vistos como atividades que criam os maiores riscos de multas ou elevados custos operacionais.

A pesquisa global foi realizada com 446 especialistas e gestores de comércio exterior de 11 países diferentes: Argentina, Brasil, Chile, China, Colômbia, Coréia do Sul, Estados Unidos, India, Japão, México e Peru, sendo que a maior participação entre todos os países foi de executivos brasileiros.