O Paradoxo da Internet

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*por Ivon Carrico

Miragem é um termo de origem francesa que, na Física, explica a ocorrência de um fenômeno ótico causado pela refração da luz.

Isto é, a visualização de uma imagem que, na verdade, está em outro lugar. Ou seja, uma realidade distorcida.

Já, no sentido figurado, é aquilo que se apresenta como uma falsa realidade.

Hoje, um significativo fenômeno na Internet – como uma involução – insiste em criar, também, uma realidade paralela, para ‘cancelar’ direitos e pretensões de determinados indivíduos e grupos sociais.

Tal como na Física o objeto (indivíduos/grupos) existe, mas – para alguns – não é visualizado em suas reais dimensões. E, óbvio, sequer respeitado. Não é visto como sujeito.

Essa ‘miragem’ afastou da cidadania, durante Séculos, boa parte desse contingente, que a Constituição Federal/1988 – reparando tamanha distorção – albergou e, a Igreja há 2.000 anos já pregava a devida atenção e assistência.

Estou falando daqueles ‘Grupos Sociais’ cuja ‘visibilidade’ é, intencionalmente, apagada. Não preciso nominá-los. E, tampouco, estou me referindo a um possível revisionismo histórico. Basta não ser alienado para conhecer dessa cruel ‘realidade’ que, muitos, insistem em impor. Diariamente, está presente nas mídias sociais, impressa e televisiva.

Mas, … todo esse aparato legal e religioso parece – entretanto – que não sensibilizou e, tampouco, tem sensibilizado essa turma que está chegando.

A Internet, ao mesmo tempo em que democratiza a informação, também pode alienar e subverter sentimentos. Daí que a inclusão digital, paradoxalmente, nem sempre será a panacéia para conter todos os nossos males.

Precisamos ficar atentos. Não podemos mais reincidir nesses tantos erros e infortúnios históricos. Nosso País precisa de paz. Paz social.

 

* Ivon Carrico, Engenheiro Civil, Servidor Público Federal, com passagem por 10 órgãos federais. Dentre eles a Anvisa e a Presidência da República