O óleo que mata

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O acidente matou 250 000 aves e mamíferos, segundo uma estimativa que não incluiu peixes nem outras criaturas das profundezas.

O vazamento de petróleo no mar é um dos mais frequentes – e também um dos piores – desastres ambientais de nossos dias. Na relação das tragédias dos anos 80, o derramamento de óleo no Alasca pelo petroleiro Exxon Valdez é equiparado à explosão do reator nuclear de Chernobyl.

Quando o petróleo se espalha pela superfície da água, 30% dele se evapora naturalmente em dois dias. Nesse meio-tempo, o material restante inicia uma cadeia calamitosa de eventos.

Nunca se extraiu petróleo de uma profundidade tão grande. Para chegarem ao reservatório de petróleo, os dutos e as sondas de perfuração precisarão atravessar 2 quilômetros de oceano (média de profundidade da água na Bacia de Santos), 1 quilômetro de rocha (camada pós-sal) e mais 2 quilômetros da camada de sal, até chegar, então, ao pré-sal. A temperatura onde se localiza a camada pré-sal pode atingir 100 graus.

O calor, aliado à alta pressão, faz com que as propriedades das rochas se alterem, amolecendo-as. Isso dificulta a perfuração porque, se o poço não for revestido de concreto rapidamente, ele se fechará. A grande vantagem do petróleo do pré-sal é ser do tipo leve, assim como o do Oriente Médio. O petróleo extraído atualmente no Brasil, bem como o da Venezuela, é do tipo pesado, de menor valor de mercado. Prestes a entrar na era do pré-sal, é preciso que o Brasil se posicione também na era pós-vazamento no Golfo do México.