O Embate Lula e Netanyahu

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*por Ivon Carrico

Em 2014, após o sequestro de 03 adolescentes e o lançamento de milhares de foguetes pelo Hamas, Israel deu início a uma grande escalada de violência contra os Palestinos.

Em decorrência, o Governo brasileiro da Presidente Dilma, convocou para consultas o embaixador em Tel Aviv, condenando – já naquela ocasião – o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza.

Ato contínuo, o então Porta-Voz do Governo israelense, Yigal Palmor, afirmou que “o Brasil, um gigante econômico e cultural, continuava a ser um anão diplomático”.

Decorridos 10 anos desse imbróglio, agora, é o Presidente Lula que – em discurso na Etiópia – novamente condena o uso desproporcional da força por Israel, em retaliação ao atentado terrorista do Hamas, em 06/10/2023.

Em resposta, foi violentamente criticado pelo Primeiro Ministro Benyamin Netanyahu, que chamará o Embaixador brasileiro para apresentar o protesto do Governo israelense.

Vale lembrar que o Hamas não é o povo palestino e, sequer, é a sua unanimidade. É uma organização que, na ausência de Estado constituído, assume essa função, mas com despropósito e violência. E, na Faixa de Gaza. Não, na Cisjordânia.

O Netanyahu, por sua vez – antes de outubro de 2023 – estava nas cordas por denúncias de corrupção e tentativas de calar o Judiciário, para sacramentar o seu inusitado projeto autoritário de Poder.

Centenas de milhares de israelenses foram e têm ido às ruas pedindo a destituição dele. Esse atentado, em 06/10/2023, era tudo o que o Netanyahu desejava. Dificil acreditar que as poderosas Forças de Defesa foram pegas de surpresa.

Passado esse infame conflito, provavelmente, o Netanyahu será defenestrado para o limbo da história, pois está muito longe de representar Israel e seu formidável povo.

Ivon Carrico, Engenheiro Civil, Servidor Público Federal, com passagem por 10 órgãos federais. Dentre eles a Anvisa e a Presidência da República