O Brasil e o G20

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*por Ivon Carrico

Não é de hoje que o Brasil tem evidenciado a necessidade de uma nova estruturação dos organismos internacionais existentes.

A ONU, criada ao final da II Guerra Mundial, e os seus diversos e onerosos organismos têm deixado muito a desejar. Muitos deles são verdadeiras sinecuras para abrigar amigos de governos, digamos, generosos e simpáticos.

O conhecido Conselho de Segurança, por exemplo, é uma peça de ficção decorativa, que sequer expressa a atual ordem mundial.

A ONU era pra ter sido o grande fórum de interação coletiva. O celeiro das grandes decisões. Mas, ao contrário do desejado multilateralismo, o que se viu – muitas das vezes – foi uma sucessão de ações unilaterais de alguns poucos dos seus Membros.

Diante de tanta inação não é de se estranhar, portanto, a proliferação de outros tantos fóruns internacionais para resolver aquilo que a ONU não resolve, em suas diversas competências. Assim, temos os BRICS, UE, OTAN, OCDE, G20, dentre outros

O Brasil assume – no presente encontro do G20, em Nova Delhi, na Índia – a Presidência rotativa deste fórum econômico. Surpreendentemente, o Lula – ao invés de algum tema econômico – destacou a urgente reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Tenho, entretanto, que mesmo isso é muito pouco. Esse emaranhado de siglas que são esses múltiplos fóruns internacionais tem se mostrado, na maioria das vezes, inócuo, por conta da discussão de tantos temas desfocados.

Na realidade, esses ‘meetings’ têm servido mais como um encontro social de lideranças ofuscadas, emergentes e/ou decadentes do que um fórum para o debate de grandes proposições. Em raríssimas oportunidades emergiu alguma decisão de grande alcance.

Diante de tanta inércia resta esperar – então – que a nova ordem mundial consiga, enfim, mostrar a importância de se fortalecer a ONU como o grande e o mais importante fórum de debates dos grandes temas da humanidade.

* Ivon Carrico, Engenheiro Civil, Servidor Público Federal, com passagem por 10 órgãos federais. Dentre eles a Anvisa e a Presidência da República