Seca e mudanças climáticas ameaçam vias cruciais para a navegação global

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O “engarrafamento” na entrada do Canal do Panamá chegou a cento e trinta navios na semana passada, afetando uma rota estratégica que liga os oceanos Atlântico e Pacífico — por onde passam mais de 5% do comércio marítimo global. O aumento nas restrições de travessia do canal já ameaça elevar os preços nos feriados de Natal e Ano Novo, especialmente nos Estados Unidos e até no Brasil, segundo analistas. O canal é apenas um exemplo da crise provocada pelas mudanças climáticas em vias de navegação cruciais para o mercado global e regional, como o rios Reno (Europa), Mississippi (EUA) e Yangtzé (China).

O canal do Panamá teve uma redução drástica no volume de águapelas alterações no regime de chuvas agravadas pelo fenômeno El Niño, turbinado pelas mudanças climáticas. O número de barcos fazendo a travessia caiu de 40 para 32 por dia. A administração do canal vem diminuindo o “calado” — a distância da lâmina d’água até a quilha do navio — permitido, o que implica em menos carga nas embarcações, para economizar a água que move os barcos nas eclusas. Os atrasos, em alguns casos, passam de vinte dias.

— A severidade desta crise é atípica, muito alta. Vamos pensar que nós devemos estar operando com restrições de calado até 30 de setembro do próximo ano — disse o administrador Ricaurte Vásquez, explicando as perspectivas preocupantes para a rota que tem como principais usuários os EUA, a China, o Japão e o Chile e por onde passam 40% dos produtos comercializados entre o nordeste da Ásia e a costa leste dos EUA.

https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2023/08/28/never-normal-seca-e-mudancas-climaticas-ameacam-vias-cruciais-para-a-navegacao-global.ghtml?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsdiaria