Marcada audiência para licenciar projeto bilionário em Rio Grande (RS)

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Comitiva gaúcha no início do mês na Espanha apresentando o projeto da termoelétrica para o Gruoo Cobra

 Foi publicada no Diário Oficial do Estado a marcação da audiência pública para discutir o projeto do terminal de regaseificação, que integra o investimento estimado em US$ 1 bilhão, ou R$ 6 bilhões. Ela ocorrerá em 22 de dezembro. Na ocasião, será apresentado aos participantes o resultado do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, que estão em análise pela  Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam).

O investimento foi tema de uma reunião entre os executivos da empresa e a delegação gaúcha em uma missão que ocorreu no início do mês na Espanha. Durante o encontro, a comitiva gaúcha  reforçou às lideranças do Grupo a importância estratégica da construção desses empreendimentos que contribuirão para uma maior infraestrutura e geração de empregos.

De acordo com o superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, o impacto desse projeto é transformador para região Sul do Estado, além do impacto em todo o Rio Grande do Sul. Um dos benefícios, por exemplo, é que, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, o Estado passaria a recolher o ICMS, sendo que o recolhimento ocorre na entrada do gás. Atualmente, essa tributação se dá no Mato Grosso  do Sul.

Outro benefício é que o Estado ganharia um terminal público, uma vez que para viabilizar o empreendimento, a empresa Cobra está construindo esse espaço. Quando pronto, deverá utilizar 20 a 30%, o restante do tempo será utilizado pelo complexo portuário.

O grupo Cobra já tem um investimento em desenvolvimento no Estado. Trata-se de linhas de transmissão administradas pelo consórcio Chimarrão e Pampa que estão em fase de conclusão. Os investimentos totalizam R$ 3 bilhões, com 4 mil empregos gerados.

Entenda

O projeto prevê, além da termelétrica, a construção de uma estação de recebimento, armazenagem e regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Iniciado em 2009, a proposta recebeu contestações por parte do Ministério Público Federal, porque para viabilizar a operação, um navio deveria ficar parado por cerca de 30 dias no terminal. Para suprir essa exigência, o grupo pretende instalar no píer uma estrutura de armazenamento, evitando a presença do navio.

O gás natural chega de navio, vindo, principalmente, dos Estados Unidos, África ou Caribe, na forma líquida, o que permite o transporte de uma quantidade maior. Depois de ser transformado em gás novamente, ele entra na térmica, para distribuição.

A obra viabilizará o suprimento de GNL no Estado. O projeto deverá criar cerca de 2,1 mil postos de trabalho e  operar com até 14 milhões de metros cúbicos por dia, o que atenderia a demanda do RS até 2030.