Limitações de portos do Norte custam US$ 4 bi por ano

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Situação também gera congestionamento nas estradas e nos portos de Santos e Paranaguá

As limitações portuárias no Norte do Brasil geram perdas ao redor de US$ 4 bilhões por ano para o agronegócio apenas com transporte. Um estudo da Câmara de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura estima que entre 60 milhões e 70 milhões de toneladas de soja e milho terão de rodar mil quilômetros a mais, saindo do Centro-Norte em direção aos portos do Sul e Sudeste, para serem exportados. Na prática, isso significa mais do que perdas com frete: traz impactos de congestionamento nas estradas e nos portos, sobrecarregando Santos e Paranaguá (PR) – as principais portas de saída do País.

Com a expansão da capacidade operacional da região conhecida como Arco Norte, uma área em formato de semicírculo que vai de Porto Velho (RO) à Salvador/Ilhéus (BA), haveria uma economia entre US$ 47 e US$ 60 por tonelada de grão, a depender da região produtora. Só em Mato Grosso, o impacto estimado é de US$ 1,2 bilhão por ano.

Luiz Antônio Fayet, consultor em infraestrutura e logística da Confederação Nacional da Pecuária e Agricultura do Brasil (CNA), calcula que, para sanar esse déficit portuário no Arco Norte, seriam necessários entre 18 e 20 anos.

“No momento em que tivermos condições logísticas adequadas para as novas fronteiras, o deslocamento da porteira até um porto de embarque será reduzido entre 500 e 1 mil quilômetros de percursos terrestres”, explicou o consultor. Segundo ele, se “o Governo não atrapalhar”, o Brasil será o maior exportador do mundo em 2020. Para isso, no entanto, é preciso melhorar não apenas os portos, mas a malha ferroviária, as hidrovias e as rodovias.