Pessanha disse que ainda existe no setor grande desconhecimento do que está contido na água de descarga dos scrubbers porque nem todos os navios com esses equipamentos passam por coleta, análise e armazenamento de dados. “Não sabemos com certeza absoluta o que está contido nesta água de descarga”, comentou. A água de descarga, em linhas gerais, consiste na água aspirada do mar após entrar em contato com gases de exaustão.
O Guideline 2021, manual para uso e inspeção de scrubbers, traz uma série de critérios para água de descarga para itens como PH, turbidez, nitratos e outros aditivos misturados à água de lavagem. Pessanha ponderou que o guia não esgota a problemática de saber o que contém todos os contaminantes. Ele acrescentou que uma nota de rodapé desse guideline indica que os critérios de descarga deverão ser revistos no futuro.
A gerente de meio ambiente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Luane Lemos, contou que será formado um grupo de trabalho para debater a questão do descarte na chegada aos portos brasileiros, considerado um tema complexo e com opiniões divergentes que ainda precisam ser pacificadas. Luane lembrou que não existe uma legislação brasileira nem mundial que fale especificamente a respeito do tema. Ela considera que a legislação ambiental traz que é premente o princípio de precaução e prevenção, ao passo que a precaução pode limitar determinados usos para os quais não se sabe os efeitos sobre o meio ambiente.“Às vezes pode ser rigoroso, mas em outras pode ter efeitos de impedir ou limitar o que já está avançado pela indústria no mundo todo pelas embarcações adaptadas aos sistemas de scrubbers”, analisou.