Fretes rodoviários têm alta de até 40% no país

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Para o segundo semestre de 2018 haverá um aumento ainda maior nos custos das transportadoras, em virtude da necessidade de reposição de mão-de-obra.

O atraso no plantio de soja nesta safra 2017/18 e o excesso de chuvas em fevereiro no Sul e no Centro-Oeste do país concentraram boa parte da colheita em março e motivaram forte alta dos custos para o escoamento do grão. Com o incremento da demanda, não acompanhado pela expansão da oferta de caminhões, os fretes rodoviários no mês passado subiram ao maior patamar em dois anos. Em algumas regiões do Paraná, por exemplo, o aumento em relação ao mesmo mês do ano passado superou 40%.

“O principal fator para essa alta foi a convergência entre os picos de colheita do Centro-Oeste e do Sul, depois de um atraso geral. Normalmente, os trabalhos no campo e a necessidade de caminhões [para o escoamento] são escalonados”, diz Samuel Silva Neto, economista do grupo de pesquisa e extensão em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (EsalqLog/USP).

Todo esse atraso também ampliou a disputa de soja e açúcar por caminhões, já que março é o mês em que normalmente as usinas limpam seus estoques para começar a safra nova, em abril. “Nas rotas que ligam os polos sucroalcooleiros do interior de São Paulo ao porto de Santos, houve um aumento de preços do frete para o açúcar de cerca de 30%, já que os caminhões estavam levando grãos”, afirma Silva Neto.

Fonte: Valor