Estaleiros sentem crise da Petrobras

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Sergio Barreto Motta / NetMarinha

O que analistas do setor já comentavam, o presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, confirmou em editorial no informe da entidade. Em documento assinado, afirma ele: ” Embora a Petrobras confirme adesão à política de conteúdo local, apesar da transferência para estaleiros da China de parte das obras de FPSOs, as estatísticas demonstram a grande redução da construção local de navios de apoio marítimo. Estaleiros implantados para atender a essa demanda sofrem com a redução de encomendas e a perda de postos de trabalho já aparece nas estatísticas. No cenário mundial, o segmento offshore alcançou posição de destaque nas carteiras de encomendas dos estaleiros internacionais. A China amplia sua posição como construtora de navios e plataformas de produção de petróleo e anuncia maior atuação na exploração de petróleo em diversas regiões, inclusive no Brasil”.

Após citar programa europeu de apoio interno, o Leader ship – uma simbiose da palavra liderança com o setor naval – e lembrar que a Aliança/Hamburg Sud e Maersk vão usar no Brasil navios importados, diz Rocha: ” 2013 começa com novos desafios para os estaleiros brasileiros. O Sinaval defende a manutenção da legislação que reserva a navegação de cabotagem. Mantém entendimentos com a Petrobras, que assegura a manutenção das regras de conteúdo local. Essas regras necessitam de aplicação no segmento de navios de apoio marítimo à operação offshore, novamente dominada por navios de bandeira internacional”. Assim, não há mais dúvidas e o Sinaval, que durante uma década louvou o apoio dos governos Lula/Dilma ao setor, agora mostra – por escrito – ter preocupações.