El Niño e efeito estufa: por que 2023 deve ser o ano mais quente dos últimos 125 mil

0
129
IMPRIMIR
De acordo com os cientistas, o clima excepcionalmente quente é resultado de uma combinação de fatores, como a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2 e o El Niño

O mês passado foi o outubro mais quente já registrado no planeta, prolongando uma série de cinco recordes mensais consecutivos, anunciou nesta quarta-feira (8) o observatório europeu Copernicus. Segundo pesquisadores, 2023 pode ser o ano mais quente dos últimos 125 mil anos.

As medições do Copernicus remontam a 1940, mas podem ser comparadas com as temperaturas dos milênios anteriores, estabelecidas graças aos anéis dos troncos das árvores ou aos núcleos de gelo. Os dados obtidos com estes métodos sugerem que as temperaturas atuais são provavelmente as mais quentes em mais de 100 mil anos.

— Quando combinamos os nossos dados com os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, podemos dizer que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos — destacou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório Copernicus — Podemos afirmar com quase total certeza que 2023 será o ano mais quente já registado.

Mas o que causou isso? De acordo com os cientistas, o clima excepcionalmente quente é resultado de uma combinação de fatores, como a emissão de gases de efeito estufa, como o CO2 e o El Niño. O ano que até o momento foi o mais quente já registrado é 2016, quando esse fenômeno climático, que implica no aquecimento das águas do Pacífico, também aconteceu.

Os novos dados, que na prática são traduzidos em secas e fomes, incêndios devastadores ou furacões mais intensos, reforçam os alertas dos cientistas antes da reunião de cúpula do clima COP28 da ONU em Dubai (30 de novembro a 12 de dezembro).

No mês passado, com média de 15,38ºC na superfície do planeta, o resultado superou em 0,4ºC o recorde anterior de outubro de 2019, segundo o Copernicus. A anomalia é “excepcional” para as temperaturas mundiais.

https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2023/11/10/el-nino-e-efeito-estufa-por-que-2023-deve-ser-o-ano-mais-quente-dos-ultimos-125-mil.ghtml?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsdiaria