Docas fará dragagem da Baía de Guanabara para receber navios de cruzeiro maiores

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A última grande dragagem na baía ocorreu em 2011, quando foram removidos 3,9 milhões de metros cúbicos, incluindo os limites das áreas de cargas e de passageiros

Após dois anos com restrições à chegada de navios de passageiros por causa da pandemia da covid-19, o Rio se prepara para a retomada da temporada de cruzeiros, que deve trazer 500 mil turistas à cidade. Uma das principais intervenções previstas dentro de um pacote de medidas começou esta semana: a dragagem do trecho da Baía de Guanabara diante do terminal de passageiros na Praça Mauá. A obra é necessária porque nos últimos anos as grandes empresas investiram em navios de maior porte, que exigem calados maiores.

A previsão é que o Rio tenha o segundo maior movimento de passageiros de cruzeiros de sua história. O recorde ocorreu na temporada 2010/2011, quando a cidade recebeu 641.121 visitantes. Com mais profundidade, o terminal de passageiros poderá receber agora o MSC Seashore, que tem capacidade para 5877 passageiros e 339 metros. Ele estará na Praça Mauá em 9 de dezembro e, depois, em 27 de março de 2023.

A primeira embarcação a chegar, o Silver Cloud, permanecerá ancorado dois dias no Rio. Trata-se de um dos menores navios da temporada. Tem capacidade para 254 passageiros e conta com 212 tripulantes. Será a segunda vez que ele atraca no Rio. A primeira foi em 2016, durante a Olimpíada. Estrelas da NBA e da seleção americana de basquete optaram por permanecer concentrados no navio a ficar hospedados na Vila Olímpica, na Barra da Tijuca.

A dragagem, iniciada na última quinta-feira, deve tirar cem mil metros cúbicos de areia e detritos do fundo da baía, quantidade suficiente para encher mais de 50 piscinas olímpicas. As ações se darão no ponto de atracação e na chamada “bacia de evolução”, área próxima ao porto onde os navios manobram para chegar ao cais e sair de lá. O diretor de gestão portuária da Companhia Docas, Luiz Fernando Walther de Almeida, explicou que o objetivo é nivelar a profundidade da área num patamar de pelo menos dez metros.

Hoje, há pontos em que a altura não passa de 8,3 metros, o que é um obstáculo para navios que recebem mais de cinco mil passageiros, cujo calado passa dos nove metros. Coordenada pela Companhia Docas, a operação vai custar R$ 8,5 milhões em recursos da estatal.