‘Degrau’ surge na areia de praia em Balneário Camboriú, alargada há dez meses

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A prefeitura investiu cerca de R$ 90 milhões para aumentar a faixa de areia da praia central de 25 para 70 metros de largura. A obra impediu que o mar invadisse a principal avenida de Balneário Camboriú em dias de ressaca, o que era comum

Um “degrau” surgiu na areia da praia Central de Balneário Camboriú, que foi alargada pela prefeitura há dez meses.

Na cidade dos maiores arranha-céus do Brasil, a natureza também fez sua obra na beira do mar. É um grande “degrau” que as ondas esculpiram na areia da praia central de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. O local virou atração para os banhistas.

O “degrau”, que os especialistas chamam de escarpa, tem cerca de 150 metros de extensão e altura máxima de 1,70 metro. Ele foi formado 10 meses depois da cidade terminar a obra de alargamento da faixa de areia.

A prefeitura investiu cerca de R$ 90 milhões para aumentar a faixa de areia da praia central de 25 para 70 metros de largura. A obra impediu que o mar invadisse a principal avenida de Balneário Camboriú em dias de ressaca, o que era comum.

A prefeitura disse que duas ressacas seguidas causaram o “degrau” na areia da praia e que o fenômeno, considerado natural, já estava previsto no projeto de recuperação da orla.

“O projeto sempre previa esse tempo da ação da natureza para entrar em equilíbrio. A gente pode verificar, nos 5,8 km da praia, que ela está entrando em equilíbrio. Somente aqui na Barra Sul, como é histórico nesse pequeno espaço aqui, que estão acontecendo escarpas, que o pessoal chama de degrau”, afirma Toni Fausto Frainer, engenheiro e fiscal da obra.

O plano para evitar o surgimento de “degraus” neste trecho é a instalação de uma estrutura chamada de geotubos.

“É um equipamento, um artifício, que a gente usa, que são bolsas de grande volume com areia para conter o avanço da erosão. Então, vai ser feito isso para poder estabilizar esse pequeno espaço da praia”, conta Toni.

O geólogo da Universidade Regional de Blumenau Juarês José Aumond estuda há quatro décadas o avanço do mar no litoral catarinense.

“Esse degrau é um evento localizado. Ele vai desaparecer, vai voltar novamente. O problema é que o engordamento da praia não vai eliminar a elevação do nível do mar, que ocorre em escala mundial. O que nós podemos fazer é cultivar restingas para, pelo menos, amortecer os períodos mais violentos de ressacas”, diz.

Fonte: G1