Custos e falta de capacidade desestimulam vinda de navios maiores, aponta Centronave

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Armadores de longo curso avaliam que, além de afetar produtividade e competitividade no comércio exterior, cenário atual contribui para uso de navios menos eficientes em termos de combustíveis e com capacidades mais baixas

O Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave) avalia que fatores como o alto custo de tarifas portuárias sem a devida contraprestação do serviço e a falta de capacidade física desestimulam cada vez mais a vinda de navios maiores para os portos brasileiros. Os armadores de longo curso entendem que, além de afetar a produtividade e competitividade no comércio exterior, esse cenário contribui para o uso de navios menos eficientes em termos de combustíveis e com capacidades menores.

“Para atender ao crescimento do mercado, armadores precisam substituir a frota por navios maiores ou adicionar navios. Mas isso é inviável, pois falta espaço em terminais, não há berços de atracação suficientes e a estrutura tarifária penaliza navio maior, desestimulando a renovação, inovação e aumento de capacidade”, afirmou o diretor-executivo do Centronave, Cláudio Loureiro, na última sexta-feira (6), em painel do 42º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro.

Na visão do Centronave, o sistema atingiu o esgotamento da capacidade e precisa licitar novos terminais em um ritmo mais célere. Ele mencionou ter ouvido a promessa do ministro de portos e aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, que o governo pretende diminuir, de 2 anos para 6 meses, o tempo médio de preparação das licitações. “Espero que isso aconteça, inclusive na parte ambiental”, comentou.

O Centronave considera que o Brasil está atrasado 15 anos, ou 6 de gerações de navios, em relação aos principais trades de comércio exterior. Enquanto o Brasil utiliza navios de até 11.500 TEUs, já operam navios de até 24.000 TEUs nas principais rotas internacionais. Loureiro lamentou que, há bastante tempo, os armadores tentam trazer navios de 13.000 TEUs-14.000 TEUs (366 metros de comprimento) para a costa brasileira, mas esbarram nos gargalos para acessar os principais portos do país.

“Temos um potencial claro nos portos brasileiros de chegar até o navio de 16.000 TEUs. Pelas condições dos portos, possibilidades de dragagem, de adaptação e pelas possibilidades de melhoria dos canais d e acesso. Mas hoje estamos limitados a 11,5m”, disse o executivo.

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/custos-e-falta-de-capacidade-desestimulam-vinda-de-navios-maiores-aponta-centronave