A crise da Petrobras atingiu em cheio o mercado brasileiro de táxi aéreo, com reflexos também no emprego de pilotos de helicóptero. Entre junho e dezembro, a frota dedicada a operações da estatal caiu de 96 para 66 aeronaves.
São helicópteros de grande porte, usados para levar empregados a plataformas de petróleo e sondas de perfuração de poços instaladas em alto mar, operações complexas que exigem grande número de tripulantes especializados.
A queda ocorre após anos de crescimento no setor, que levou à busca por helicópteros no exterior e incentivou a formação de profissionais.
“Todo mundo se preparou para um período de crescimento, mas na verdade foi um voo de galinha”, diz o engenheiro aeronáutico Shailon Ian, presidente da Vinci Consultoria Aeronáutica.
No auge, ele lembra, havia cerca de 140 aeronaves atendendo exclusivamente à Petrobras. Nos últimos anos, porém, a estatal tem feito um esforço para reduzir custos, cortar investimentos e reduzir dívidas, o que tem afetado toda a cadeia de fornecedores.
“A Petrobras continua a realizar esforços para otimizar seus custos logísticos, incluindo os relativos a aeronaves de apoio offshore [as plataformas em alto mar], considerando em primeiro lugar a manutenção dos padrões de segurança”, afirmou a empresa à Folha por meio de nota.
Os helicópteros que prestam serviços à estatal são maiores do que os de serviços executivos de táxi aéreo e podem levar de 12 a 24 passageiros. Geralmente, operam em um sistema de linhas aéreas, como o da aviação comercial, com voos regulares saindo em direção às plataformas.