Crise climática ameaça borboletas e abelhas e pode afetar oferta de alimentos em um terço

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As mudanças climáticas podem estar amplificando um parasita mortal nas populações de abelhas. A pesquisa mostrou que esses parasitas matadores de abelhas se tornam mais prevalentes em climas mais quentes, o que significa que, à medida que as temperaturas continuam a subir, q quantidade de parasitas pode aumentar e se tornar catastrófica para as abelhas

As populações de abelhas estão diminuindo. Mais da metade das espécies de morcegos nos Estados Unidos está em declínio severo ou listadas como ameaçadas de extinção. E cientistas internacionais recentemente anunciaram que a borboleta-monarca está perto de ser extinta.O que essas três criaturas têm em comum é que todas são polinizadoras. Sem elas, frutas, vegetais e outras plantas não seriam polinizadas, e isso é um grande problema para o nosso suprimento de alimentos.

“Uma em cada três porções de alimento que comemos” está diretamente ligada a um polinizador, disse Ron Magill, diretor de comunicações e especialista em vida selvagem do Zoo Miami, à CNN. Cerca de 30% da comida que chega em nossas mesas se deve às borboletas, abelhas e morcegos, entre outros.Perder essas populações críticas também pode significar perder alguns de nossos alimentos favoritos.

Maçãs, melões, cranberries, abóboras, abobrinhas, brócolis e amêndoas estão entre os alimentos mais suscetíveis ao declínio dos polinizadores, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. As abelhas, em particular, são responsáveis pela polinização de cerca de 90 culturas produzidas comercialmente, informa a agência. Até a tequila está em risco.

“Está tudo tão intrinsecamente conectado. Se você está comendo o alimento que é polinizado diretamente ou está comendo algo que depende desse polinizador”, disse Magill. “É um efeito dominó”.

Em outras palavras, se você está comendo frango frito ou costeletas de porco, essas galinhas e porcos comem frutas, legumes e outras plantas que dependem de polinizadores.

E a crise climática tem afetado os polinizadores. Embora a seca mais intensa e prolongada seja o impacto mais óbvio, uma preocupação crescente é o efeito do calor extremo – principalmente nas borboletas.

“Como as borboletas são alguns dos insetos mais sensíveis às mudanças de temperatura, elas são consideradas o ‘canário da mina de carvão’ quando se trata de mudanças climáticas”, disse Magill.

Temperaturas mais quentes fazem com que as plantas floresçam mais cedo, o que está fora de sincronia com o momento em que as borboletas colocam seus ovos e fazem sua metamorfose. Isso significa que as flores das quais elas dependem para se alimentar já terão desabrochado, deixando pouco para as borboletas se alimentarem, o que, por sua vez, afetará muito a capacidade de se reproduzir e sobreviver.

Impacto humano sobre polinizadores naturais

Cientistas da União Internacional para a Conservação da Natureza adicionaram, no mês passado, a borboleta-monarca – um dos insetos mais populares e reconhecíveis do mundo – à sua lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção, observando que a destruição de seu habitat e o aumento das temperaturas alimentadas pela crise climática estão ameaçando cada vez mais a espécie.“A mudança climática impactou significativamente a borboleta-monarca migratória e é uma ameaça que cresce cada vez mais rápido; a seca limita o crescimento das asclepias [gênero botânico] e aumenta a frequência de incêndios catastróficos, temperaturas extremas desencadeiam migrações precoces antes que as asclepias estejam disponíveis, enquanto o clima severo tem matado milhões de borboletas”, relataram os cientistas.

As abelhas começaram a mostrar um declínio alarmante em 2006. De abril de 2020 a abril de 2021, os apicultores nos EUA perderam cerca de 45% de suas colônias, segundo o Colégio de Agricultura da Auburn University, que relata que o volume médio aceitável é de cerca de 20%.

#abelhajatai

Fonte: CNN

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