Construção de túnel entre São José do Norte e Rio Grande é descartada e duas alternativas ganham força

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Local está sendo estudado para receber ponte para ligar com a cidade de Rio Grande, ao fundo
Filipe Scott Hood Dos Santos / Prefeitura de São José do Norte / Divulgação

Depois de anos de espera, a Zona Sul do Estado vive a expectativa sobre uma obra aguardada há décadas. A construção em questão é a travessia a seco pela Lagoa dos Patos, entre a BR-101 e a BR-392, ligando os municípios de São José do Norte e Rio Grande.

Desde 2015, a empresa Ecoplan realiza o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) da construção. A conclusão dos trabalhos está prevista para ocorrer em março de 2023. Em 2020, um termo aditivo prorrogou o contrato. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informa que, em julho, o levantamento completou 55% de conclusão. A autarquia também confirmou que a construção de um túnel para ligar as duas cidades foi descartada pelo estudo, por causa das dificuldades de implementação.

“O Estudo teve sua fase preliminar concluída, onde foram realizados os levantamentos de campo e, nesse momento, o Estudo de Tráfego está em análise para que seja possível finalizar a definição das alternativas e, posteriormente, avaliada a viabilidade do empreendimento”, informa nota do departamento.

De acordo com o presidente do Sindicado dos Lojistas do Comércio de Rio Grande, Luiz Antônio Alves Escobar, o túnel foi descartado por causa dos valores e da localização. Seria necessário haver um calado mais profundo para poder executar esse tipo de construção. Escobar informa que, atualmente, o frete em Rio Grande é 40% mais caro por causa dessa dificuldade.

— Duas balsas fazem essa travessia hoje. Tem dias que chegam a se formar até 15 quilômetros de filas de caminhões para atravessar. Isso vem prejudicando a cidade. Precisamos melhorar essa parte do trânsito na nossa região. Estamos no século 21. Não tem mais porque ficarmos sem a ligação a seco nessa região — destaca Escobar.

Ponte é alternativa

Com o túnel descartado, a obra que deverá ser executada é a construção de uma ponte. Existem duas alternativas. Uma delas, sairia do centro de Rio Grande e iria até a entrada da BR-101, em um caminho aproximado de quatro quilômetros de extensão. A outra envolve a construção de uma estrutura até a ilha do Terrapleno – de propriedade da Marinha – e outra da ilha até São José do Norte, em dois trechos de pouco mais de quilômetro cada. Em termos de comparação, toda a estrutura da nova ponte do Guaíba tem 2,9 quilômetros.

Como forma de deixar a construção menos onerosa, é avaliada a possibilidade da ponte ser levadiça. Isso permite que os pilares não sejam tão elevados, diminuindo a altura da estrutura. Porém, diferente da primeira ponte do Guaíba, ela não teria a elevação do vão principal de forma parelha. Ela abriria uma parte de cada lado.

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Fonte: GZH / JOCIMAR FARINA