Coleta de dados aumenta precisão sobre emissões no transporte marítimo, diz representante do Brasil na IMO

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Um relatório da IMO identificou que o segmento marítimo contribuía com 2,2% das emissões globais de gases de efeito estufa

A Organização Marítima Internacional (IMO) vai discutir medidas eficientes para o controle dos níveis de emissões dos gases do efeito estufa após a análise dos dados do setor de navegação que começam a ser coletados em 2019. A estratégia inicial para mitigação das emissões foi aprovada em abril e os estados-membros da IMO pretendem apresentar propostas de medidas baseadas nesses dados. O anexo 6 da convenção internacional para prevenção da poluição por navios (Marpol) prevê que os navios precisarão cada vez mais de engenharia eficiente e de níveis mais baixos de emissões. Uma série de condicionantes deve ser verificada, como a elaboração de um estudo mais preciso do que o anterior, começando a ser feito no ano que vem.

“Esse novo estudo vai se beneficiar de uma coleta de dados de consumo dos navios que passa a ser obrigatória a partir de janeiro de 2019”, explicou o capitão de mar e guerra Fernando Alberto Gomes da Costa, representante do Brasil nas discussões da IMO. A delegação brasileira vem contribuindo para essa estratégia ser possível de ser implementada, levando em consideração particularidades, como: rota, tipos de cargas e distâncias. O assunto será debatido em painel no Encontro Internacional sobre Mudanças Climáticas e Transporte Marítimo, que será realizado na próxima quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. O evento é promovido pelo Instituto Clima e Sociedade e a Embaixada da República Federal da Alemanha em Brasília.

Cada país terá obrigação de colher os dados dos navios de sua bandeira, reportando-os à IMO com grau de confidencialidade, já que algumas informações são estratégicas para as empresas de navegação. O Brasil, assim como demais signatários, reportará dados coletados a um setor específico da IMO. A Diretoria de Portos e Costas (DPC) vai coletar, consolidar e enviar os dados de consumo dos navios de bandeira brasileira. “[O novo estudo] deve contribuir para melhor fotografia de emissões dos navios e vai ajudar no quarto estudo sobre emissões, que vai começar em 2019”, afirmou Costa, que abordará o tema no seminário.

Fonte: Portos e Navios