Carreiras marítimas: um mercado cada vez mais exigente

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                       Alunos treinam em uma das modernas salas de simulação do CSA

por Sindmar
No rastro dos avanços tecnológicos e das transformações sociais,econômicas e culturais, o perfil do Oficial Mercante também evoluiu. Neste sentido, para atender a demanda de um setor cada vez mais exigente, hoje, a boa qualificação profissional é o passaporte para uma carreira de sucesso.

Ao longo das últimas décadas, os navios foram se automatizando, as tripulações ficaram mais enxutas e o mercado foi girando a agulha cada vez mais rapidamente no sentido do

offshore. As condições a bordo melhoraram, assim como a comunicação via telefonia e internet. As oportunidades se ampliaram, mas os desafios também aumentaram, entre eles, os de competir com a mão de obra estrangeira e adaptar-se à nova tecnologia das embarcações.
O Oficial Superior de Máquinas (OSM) Marco Junqueira – primeiro OM a completar o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) da Escola Superior de Guerra começou sua carreira na Empresa de Navegação Aliança, como Oficial de Quarto de Máquinas, em 1994. Gerente de Embarcações Offshore na V.Ships Brasil, hoje, Junqueira lembrou que aquela época ficou conhecida como a “era do desmonte”, quando o cenário no mercado marítimo era de falência e as perspectivas, as piores possíveis. Ele recorda que o regime de trabalho na cabotagem era de 12 meses de embarque para 30 dias de férias e, isto, na melhor das hipóteses. Na prática, disse Junqueira, as folgas se limitavam às estadias nos portos, quando as horas e as tarefas eram divididas, permitindo um escape da rotina de embarque.
O OSM Junqueira destacou o papel do SINDMAR na transição da “era do desmonte” para tempos mais promissores. “Dois vetores influenciaram muito as mudanças, a meu ver: a unificação dos sindicatos dos Oficiais e o avanço do offshore no Brasil. Estas duas forças somadas reverteram inteiramente as perspectivas da Marinha Mercante no Brasil no fim dos anos 90 e, principalmente, a partir de 2002. Quando comecei, a desesperança era grande.
O Presidente do SINDMAR, Severino Almeida Filho, lembrou que as profissões marítimas oferecem inúmeros ganhos, mas que, também, exigem preparação de alto nível para enfrentar as dificuldades, que vão desde a distância da família – em momentos importantes, muitas vezes o cansaço e exposição a riscos físicos e químicos, até situações adversas e estressantes, como tempestades, acidentes em alto mar e navegação em áreas de conflito, entre outras. Ele destacou, ainda, que, além de buscarem uma formação profissional de excelência, é essencial que os jovens percebam a importância do associativismo, da participação na luta pelos seus direitos, através do movimento sindical. É a união de todos que faz a nossa força, ressaltou o dirigente sindical.