Alta tecnologia

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Os estaleiros do Rio empregam mais de 35 mil trabalhadores, cerca de 40% do total dos empregos do setor no Brasil.

A entrada em produção de novos estaleiros no Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco levará a uma menor participação do Rio de Janeiro na construção naval do país. Mas o fato não reduzirá o destaque do estado, que se mantém como principal cluster do setor por reunir indústrias, serviços, mão de obra qualificada e centros de pesquisa. A tendência, na avaliação de especialistas, é que o Rio se torne o centro nacional de produção de conhecimento e concentre a produção de bens de alto valor agregado. Nesse sentido, uma indústria emergente de navipeças e equipamentos subsea recebe atenção das políticas públicas, como o projeto de estruturação do cluster subsea lançado em outubro pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.

O professor de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, Floriano Martins Pires, presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval, afirma que a indústria naval do Rio de Janeiro tem uma estrutura completa, com os elementos necessários a um polo ou cluster da construção naval, apesar de nos últimos anos as plantas industriais maiores e mais modernas terem sido instaladas fora do estado.

— O Rio de Janeiro não conseguiu acompanhar o ritmo de investimentos dos novos estaleiros até aqui, mas pode manter a liderança na engenharia do conhecimento, que tem atividades relacionadas à construção naval, offshore e a economia marítima em geral. Essa seria a vocação do Rio de Janeiro hoje. É possível, ainda, ampliar ou voltar a ter novos investimentos, recuperar a posição de estaleiros modernos de grande porte — defende o professor.