A Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (Abratec) propôs, na última quinta-feira (10), que seja feita uma dragagem de aprofundamento em Santos diretamente para -17 metros, em vez do apresentado pelo governo durante a audiência pública da desestatização do porto santista. O projeto atual apresentado ao mercado prevê a execução da dragagem em duas etapas, a primeira até -16m sendo concluída em março de 2023 e a segunda cota, de -17m, com entrega prevista para agosto de 2033.
Na avaliação da Abratec, a licença ambiental tem prazo de 33 meses e serve tanto para o aprofundamento a -16m, quanto para -17m.O representante da associação, Caio Morel, disse na sessão que o porto com a cota de -16m, embora possa abrigar navios com cerca de 366 metros de comprimento e 60 metros de boca, ainda vai depender da maré para fazer manobras dessa embarcação de grande porte. Isso custaria um tempo enorme de berço ocioso para os terminais de contêineres.
“Gostariamos de fazer uma reflexão se já não seria caso de haver dragagem em uma só etapa e entregue a cota de -17m em 2026. Parece que esperar até 2033 é um tempo demasiadamente grande — 10 anos — e poderia ser repensado”, afirmou Morel.
O secretário nacional de portos e transportes aquaviários, Diogo Piloni, justificou que as modelagens são feitas baseadas em investimentos escalonados no tempo, à medida da real necessidade dos terminais. Ele disse que, na visão do Ministério da Infraestrutura, os 16m contemplam de forma confortável a operação dos navios 366m. “Impor -17m já de partida só faria sentido se entendêssemos que há demanda de embarcações de porte superior a 366m nesse horizonte de cronograma de projeto. Não foi o entendimento inicial, mas não somos irredutíveis. Comprovada a necessidade de -17m de partida, vamos implementar”, respondeu Piloni.
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