Se a cabotagem, o transporte de cargas no país por via marítima, cresce forte no Brasil, o mesmo não se pode falar da navegação entre os rios. Excetuando o Rio Amazonas, as hidrovias brasileiras quase não são usadas. Nem mesmo os custos menores de transporte nos rios e a maior facilidade para integração com o modal marítimo ajudam o setor, que sofre com uma falta crônica de infraestrutura e descaso público. Os desafios do setor estão em uma série de reportagens produzidas pelo jornal O GLOBO.
Da mesma forma que a cabotagem é uma vocação natural do Brasil — que tem oito mil quilômetros de costa — a grande quantidade de rios navegáveis deveria ser uma vantagem comparativa, assim como o Rio Mississippi nos EUA ou os grandes rios da Europa.
No Brasil, não há, sequer dados estatísticos sobre o uso das hidrovias, que é indicada por especialistas como o principal meio para ligar a nova fronteira do agronegócio, no Centro-Oeste, ao litoral. Mesmo antigas rotas, como o Rio São Francisco, pararam de ser usadas em razão do avançado estágio de degradação do rio. Rotas pequenas e com demanda forte, como Rio Grande-Lagoa dos Patos- Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, praticamente não são usadas. Recentemente, o Rio Tietê, em São Paulo, começou a avançar no transporte fluvial. O rio é um dos poucos do país mapeados. Mas este tipo de atividade está quase parada, prejudicada pela forte seca que assola São Paulo.
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