Pronta para edição de 2015

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Estima: a Feira do Polo Naval é um ambiente de negócios que envolvem prospecções financeiras, debates que fomentam o presente e projetam o futuro

O principal evento que analisa o desempenho da indústria naval do Rio Grande do Sul e os desafios nacionais do setor já tem data definida para 2015: de 17 a 20 de março, a Feira do Polo Naval RS será, novamente, o palco de reuniões, palestras, debates e acordos comerciais relacionados à cadeia de óleo e gás. A terceira edição, realizada em março deste ano na cidade sede do único porto marítimo gaúcho, encerrou com novos recordes. 

Em quatro dias, o evento promovido pela Bolsa Continental de Mercadorias, Prefeitura do Rio Grande e FURG reuniu 22 mil visitantes e 250 estandes no campus da universidade Além disso, proporcionou acordos comerciais que podem chegar a US$ 56milhões. Leia abaixo a entrevista com Fernando Estima, da Estima Mercados, uma das organizadoras do evento.

Qual a avaliação que o Sr, faz dos três anos da Feira do Polo Naval RS?

Uma avaliação totalmente positiva. A Feira do Polo Naval chegou em um momento totalmente apropriado para a cidade e região já que é um ambiente que de encontro entre os principais lideres do segmento. Quando em falo nessas lideranças não considero apenas o aspecto político como também ao executivo. Afinal, o setor naval depende de um tripé que é constituído por demanda, política de governo que depende de pessoas e empreendedores. A Feira do Polo Naval reuniu todos estes protagonistas no mesmo cenário para compartilhar seus anseios, negócios e buscar soluções e alternativas aos caminhos que são adotados. A qualificação da Feira não está no número de visitantes e sim no número de negócios prospectados, de debates durante os painéis. Nos dias em que o evento acontece Rio Grande entra no cenário nacional e internacional de debate da indústria naval.

Não somente desse segmento, afinal, o Polo Naval está dentro de uma estrutura chamada Porto do Rio Grande que é o grande concentrador de cargas do Rio Grande do Sul e cada vez mais destaca-se como possibilidade aos países do Mercosul. A indústria naval foi o despertar necessário para um olhar mais atento a região. Por esses motivos que temos tão fortalecidos projetos que devem mudar a economia do sul gaúcho: o trem regional, a expansão da linha férrea, o fortalecimento do debate em torno das hidrovias e uma série de outros fatores que darão suporte ao desenvolvimento da economia. Com a qualidade das personalidades públicas, dos executivos e do diálogo é que tornam o evento um sucesso.

As 3 primeiras edições cumpriram o seu papel?

Sem dúvida. A cada ano temos uma maior procura de empresários interessados em estar conosco no evento pelo alto nível de participação do setor. Além disso, temos nos painéis grandes debates que geram soluções para todo o mercado. O principal desses debates é que não são apenas pessoas falando sobre o assunto. Estamos na ponta, com quem tem a caneta e o poder de decisão na mão que vem até Rio Grande prestar esclarecimentos, debater e gerar soluções e novos desafios. A Feira do Polo Naval é um ambiente de negócios que envolvem prospecções financeiras, debates que fomentam o presente e projetam o futuro. O painel de abertura do ano passado reuniu as principais autoridades do setor de petróleo e gás. Sem eles, sem a demanda das entidades que representavam não haveria desenvolvimento naval. E não era pela televisão, estavam em Rio Grande falando para Rio Grande e o mundo.

 O que está sendo projetado para 2015?

As projeções para o próximo ano são inúmeras. Sem dúvida a feira deverá retratar todos esses anseios da região com relação ao Polo Naval debatendo principalmente o desenvolvimento das demais potencialidades da região. O Polo Naval permite que as cidades que o sediam tenham crescimento em todos os setores. O fortalecimento do Arranjo Produtivo mostra isso, a preocupação das cidades com o desenvolvimento sustentável no sentido econômico, ambiental e social. Sem dúvida, o APL deverá aparecer com bastante destaque na próxima feira. Na questão das atrações ainda é cedo para falar em nomes, mas sem dúvida os assuntos e temas estão sendo monitorados e será montada uma programação de painelistas que possam verdadeiramente trazer as respostas para a sociedade e mercado. Respostas para as perguntas certas, feitas por quem entende do assunto que são os empresários e atores, e não apenas de discussões que buscam esvaziar todo o potencial do Polo Naval. É hora de parar de desvalorizar o assunto Polo Naval com situações que pessoalizam o processo. É preciso do debate mercadológico que traz soluções para a própria indústria naval como também para o porto concentrador de cargas e para o Brasil como um todo.

 É hora de parar de desvalorizar o assunto Polo Naval com situações que pessoalizam o processo. É preciso do debate mercadológico que traz soluções para a própria indústria naval como também para o porto concentrador de cargas e para o Brasil como um todo

 

 

O fato de estar havendo uma redução na produção no RS da indústria naval, prazos não cumpridos, a questão do conteúdo local, isso não preocupa de certa forma a organização do evento?

Não preocupa porque como eu disse, temos convicção do fortalecimento dessa cadeia produtiva. Quando há vários fatores que convergem para um fim especifico passa a segurança e tranquilidade que o investidor precisa para aplicar os seus recursos. No caso da indústria naval esses fatores são explícitos. Há a necessidade tanto pela questão do petróleo que precisa ser extraído quanto do pré-sal que precisa ser trabalhado quanto da renovação da frota de navios do Brasil para transporte de cargas quanto da segurança nacional. O que é preciso entender desses ditos problemas como desmobilização, é que seria ilógico engavetar tudo e tirar de Rio Grande ou São José do Norte.

A região cada vez mais está preparada para a produção desse porte e a qualidade do que é apresentado já foi assegurado pela Presidência da República e da Petrobras quando estiveram em Rio Grande. Além disso, há o fortalecimento das cidades que buscam incansavelmente o desenvolvimento regional para garantir qualidade de vida as pessoas que moram e trabalham na região. Toda a indústria passa e vive por períodos de ciclos. A grande indústria automobilística também tem momentos de explosão, pleno emprego, lucros e momentos em que a situação exige medidas de contenção como férias coletivas e ninguém pensa em fechar essa cadeia produtiva. O medo causa nas pessoas esse impacto, mas enquanto organizador de uma feira que busca a reunião de todo o cenário temos convicção que todos os possíveis problemas serão sanados e o crescimento é irrefreável.

Qual a expectativa de público e negócios para 2015?

A 4ª edição da Feira do Polo Naval tem interesse é na qualidade dos visitantes. Em 2014 a feira aconteceu durante o período de recesso da universidade e chegamos aos 22 mil visitantes. Para 2015 devemos chegar a casa dos 30 mil já que deveremos ter a universidade em plena atividade. Nossa busca é pela oportunidade de negócios, de conhecimento, de geração de ideias e na última edição ficamos muito contentes com a qualidade do público que nos prestigiou. O que deve ser repetido neste ano já que temos uma avaliação muito positiva por parte dos visitantes. Tenho certeza que todos acrescentaram um pouco ao evento e por isso ele conseguiu a marca de prospecção de negócios de US$56 milhões. Em 2015, claro, queremos superar esse número e ultrapassar os US$60 milhões.