Para algumas nações, os benefícios de se substituir a frota de tração por combustão para tração por baterias são tantos que já motivaram a adoção de políticas de incentivo, principalmente por meio de parcerias entre governo e montadoras, subsídios tributários e investimento em infraestrutura. O objetivo é reduzir custos para o consumidor final, estimulando a opção por este meio de transporte, e implantação de pontos de recarga nas cidades, que é outra medida fundamental para viabilizar a expansão dessa frota.
VEs no mundo
A Noruega, que tem a maior frota mundial de veículos elétricos per capita, comercializou quatro mil unidades no ano passado, o equivalente a 9% da frota nova. Até 2020 o país espera ter 200 mil VEs em circulação.
Já a China, cujo governo subsidia a aquisição de cada unidade, tem como meta substituir cinco milhões dos automóveis que hoje estão em uso por carros elétricos.
Nos Estados Unidos, onde a produção dos VEs ainda é recente, a aceitação vem crescendo e, com ela, a redução dos preços. Um desses modelos custa até US$ 30 mil, o equivalente a R$ 72 mil. No país, a meta é que, até 2020, a frota de elétricos seja de um milhão.
Benefícios do VE
Conforme o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Pietro Eerber, os benefícios para o bolso, quando o carro já está rodando, são efetivos: “Se pensar na tarifa elétrica residencial, você gasta, por quilômetro rodado, entre um terço e quarto do que gastaria utilizando gasolina, dependendo o tamanho do carro”, diz ele. A autonomia fica, em média, em 120 km.
Realidade brasileira
Este é um dos desafios que somente poderá ser superado com a adoção de uma política clara de incentivo a este segmento. Algo que, embora em estudo pelo governo federal, ainda está distante de ser efetivado.
Como resultado, a produção nacional desses modelos ainda é inexistente, o custo inicial elevado inviabiliza a aquisição de modelos pela maior parte da população e a indústria automobilística no Brasil permanece com os pés no século XX. Sem incentivo, pesquisa ou fornecedores e com elevados tributos, o país permanece incapaz de trazer veículos prontos, insumos ou desenvolver uma cadeia para viabilizar a produção nacional. Este será o tema da próxima reportagem.
(Artes: Paulo Soares)