Frota nacional de apoio marítimo é minoria no Brasil

0
634
IMPRIMIR

 

Nas previsões do mercado, baseados nos futuros crescimentos da exploração do “pre sal”, com a chegada em breve de 10 FPSO’s apenas para o pre sal, apontam um grande crescimento da frota

 

por Erik Azevedo

O mercado brasileiro cresceu exponencialmente, se notarmos a tabela a baixo fornecida pela Abeam, vemos que devido a “Lei do Petróleo” (Lei 9.432), empurrou as atividades de exploração de óleo e gás, com a entrada de grupos internacionais no mercado, forçando assim a própria Petrobras a desenvolver novos campos.

Hoje apenas os custos com afretamento de embarcações de “apoio marítimo”, em 2011 foi de US$ 2,04 bilhões (dólares), mas, para este ano, a previsão é a de que o custo alcance US$ 2,47 bilhões – o que prova que a estatal tem mesmo necessidade de afretar mais barcos nacionais.

A tabela acima da uma visão ampla da evolução do mercado local, hoje (dados de 2011), temos 414 embarcações atuando nas atividades do petróleo, estas são em vasta maioria, AHTS, LH, PSV, OSRV, não incluindo floateis, navios sonda, SS, e unidades de construção.

Dados:

Mais de 414 embarcações;

Mais de 254 são de bandeira estrangeira (maioria e são dados de 2011);

São 160 em pavilhão brasileiro (Os novos pacotes para construção estão sendo adiados);


Esta claro que no “nosso” mercado, a preponderância dos armadores internacionais, e suas embarcações. Grande parte destas operam para a Petrobras, que conforme dados da ANTAQ, gerou ganhos à estes armadores com afretamentos na ordem dos 2 bilhões de dólares apenas em 2010, e vemos que a cada dia mais embarcações de vários pavilhões são contratadas, seja no mercado spot (tipo de afretamento por diária, alto custo, mas de curto prazo), seja em afretamento à longo prazo.

Não podemos esquecer que agora, armadores locais estão se queixando que, nos últimos tempos, a estatal reduziu o ritmo de encomendas dessas unidades. O afretamento de barcos de apoio costuma ser uma especie de aluguel por oito anos, o que viabiliza as encomendas das empresas que estão instaladas no Brasil.

Este é o terminal CPVV, em Vila Velha-ES, outro ponto de “apoio” para PSV’s e AHTS’s, podendo atracar até 6 ao mesmo tempo, na foto por coincidência todos os três são brasileiros.

Nas previsões do mercado, baseados nos futuros crescimentos da exploração do “pre sal”, com a chegada em breve de 10 FPSO’s apenas para o pre sal, apontam um grande crescimento da frota, porem o crescimento será de embarcações estrangeiras, conforme a tabela, estimam o numero de 386 embarcações, contra apenas 300 nacionais.

Algumas empresas que contratam embarcações de serviços

Para o marítimo brasileiro isso não é nada bom, alias não apenas para o marítimo, mas para todos os profissionais “embarcadiços”, os técnicos, e outros mais que executam serviços à bordo destas embarcações, pois com a flexibilização da RN 72, todos os brasileiros perdem, inclusive os que embarcam em plataformas, principalmente os terráqueos, que tem um sindicato sem qualquer força. Com a flexibilização da Resolução Normativa 72, (que “garante” um percentual de brasileiros em todas as unidades marítimas, oque inclui plataformas de diversos tipos), irá refletir em todos os seguimentos do mercado de trabalho, afetando à todos que hoje estão tripulando ou embarcados, e os que pretendem entrar ainda no mercado, que não estará mais tão acessível, quanto outrora.

 

Imbetiba, foto Erik Azevedo

Navios tanque

Todo ano, a estatal gasta US$ 4,4 bilhões para afretar navios, neste valor que não inclui plataformas (navios-sonda, SS, navios de pesquisa e outros tipos). A frota própria da Petrobras (Transpetro), é de apenas 55 navios tanque, muitos destes são casco simples, logo estarão impedidos de navegar, os novos navios apesar de ser encomendas de 42 navios, estão atrasados à 5 anos, os grandes suezmax que a Petrobras necessita, no momento ela conta com apenas 1 navio pronto, apesar que a Petrobras fez algumas compras de “ocasião”, comprando alguns navios shuttle (navio aliviador), porem não é o bastante para atender todas as necessidades da empresa, que afreta mais de 130 navios de grande porte de várias bandeiras.

 

O petróleo é deles! FPSO P 43, com supply (través) e AHTS (na popa), foto Erik Azevedo