Reza a lenda que agosto é o mês do desgosto para os brasileiros. A nossa historiografia está repleta de eventos que nos associam a essa triste constatação. Inclusive, alguns deles, mudaram o curso da vida nacional e contribuíram para consolidar uma acidentada trajetória político-institucional.
Assim, difícil dissociar desse caminho o trágico 24 de agosto de 1954 quando – no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro – o então Presidente Getúlio Vargas deu cabo da sua vida.
Ou, quando – em 25 de agosto de 1961 – o então Presidente Jânio Quadros renunciou ao Cargo.
O que e como, entretanto, esses dois fatos repercutiram para a vida nacional? Teriam essas bruscas rupturas político-institucionais produzido efeitos promissores ou devastadores sobre a vida nacional? Deixo, todavia, ao critério de cada um a devida análise.
O que importa é que agosto nos evoca – estes e outros fatos, preclusos – que, ainda, nos intrigam e semeiam dúvidas. E, sobretudo, nos deixam desesperançosos.
Nos dias atuais com a extrema polarização ideológica, mais dúvidas emergem tonificando – cada vez mais – a desesperança no tecido social. A potencializar, temos que nossas Instituições não se entendem. Daí a sensação de se estar jogado à própria sorte.
O brasileiro está triste. E, apático. O que convenhamos: não combina com a nossa índole
Para piorar, ainda ontem, o Brasil amanheceu – sim – ainda mais triste com a morte do Jô Soares. Logo ele que – com tanta alegria, inteligência e sagacidade – inundava nossas noites, em nossas casas, fazendo-nos melhor entender nossas tantas idiossincrasias e, com isso, sonhar com um País mais viável. E, justo.
Esse legado, contudo, não pode ficar para trás. Precisamos, assim, resgatar a alegria e a esperança. Essa não pode ser monopólio de Partidos e/ou ideologias.
* Ivon Carrico, Engenheiro Civil, Servidor Público Federal, com passagem por 10 órgãos federais. Dentre eles a Anvisa e a Presidência da República