Quanto afetará aos Portos o novo contexto político internacional?

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Puerto de Montevideo - Gacetilla 2
                                                     Porto de Montevidéu / Divulgação

O XXVI Congresso Latino-americano de Portos, que terá lugar em Punta del Este, no Uruguai, de 6 a 9 de novembro próximos, debaterá sobre um tema que preocupa aos atores mundiais desta indústria. Quanto afeta no comércio e conseqüentemente nas cadeias logísticas e nos portos em particular, o novo mapa político nos Estados Unidos e em alguns países da UE? Há um real dilema entre globalização e protecionismo que afeta à América Latina? Daí que o lema principal do encontro, que terá lugar no Hotel Enjoy Conrad, o mais importante centro turístico uruguaio, refira-se a essa questão.

Mesmo assim, as primeiras observações neste debate não são completamente pessimistas, na medida em que o comércio global cresceu em 2016 e vai crescer ainda mais neste ano e que, em determinados segmentos e tráfegos, começa a ver-se uma luz ao fundo do túnel. Os processos globais e o desenvolvimento das cadeias de valor e dos países da América Latina de aceder a eles permanecem firmes, além do golpe que recebeu a região com a queda das commodities. Evidentemente não se trata dos crescimentos de dois dígitos prévios à crise, mas vários analistas assinalam que hoje o risco “global”, não é econômico ou financeiro, mas político.

Isto coloca em discussão o desenvolvimento do processo de globalização perante a alternativa de um ressurgimento do protecionismo? Acontece em todos os segmentos e tráfegos?Toda essa problemática terá seu painel com especialistas destacados sob o título: “Comércio e transporte perante o dilema de uma nova ordem mundial: Globalização ou Protecionismo?”

Simultaneamente, durante o ano 2016 ocorrem alterações nas estratégias das companhias marítimas em relação a alianças e fusões, com uma nova onda de aquisições e uma maior concentração no negócio da conteinerização. Isso implica melhores serviços? Como podem adaptar-se os portos, perante a incerteza de perder cargas ao mesmo tempo em que devem manter seus programas de investimentos, serem eficientes e sustentáveis para não ficar fora da linha? Exemplos onde haverá importantes decisões em relação a isso podem ver-se nos hubs da América Central e da Costa Oeste da América do Sul. Poderá aproveitar-se este novo contexto apontando para um maior comércio intra-regional? Mas como estão preparadas as cadeias logísticas da região e seus modos fluvial e marítimo para esse desenvolvimento? Precisamente na agenda do Congresso, especialistas do setor terão um painel específico para debater esses temas: “Integração vs. Restrição: Para onde vai a indústria marítimo-portuária da região?” e “Desafios logísticos do transporte flúvio-marítimo sul-americano”.

Outra questão à qual será dada especial atenção está vinculada à aceleração das soluções digitais na logística do comércio exterior. Aquelas, além de serem aplicadas aos portos com os desenvolvimentos de sistemas que integram à “comunidade portuária” ou à incorporação de tecnologia de automatização -especialmente nos portos de transbordo-; terão seu impacto a partir do impulso do e-commerce que procura eliminar intermediários e aonde adicionam-se alguns operadores tradicionais. Para isso também aparecem alianças entre companhias marítimas e empresas de tecnologia. Que efeitos terá essa mudança sobre a cadeia de operadores e sobre os serviços à carga? Aqui, especialistas analisarão o tema no painel “A revolução digital na indústria marítimo-portuária”.

Do mesmo modo, o cuidado do meio ambiente e a segurança portuária já não são temas distantes da prioridade deste elo da cadeia e para serem utilizados como marketing puro. Trata-se de uma exigência principal da comunidade internacional que estabelece regras cada vez mais rigorosas, dos transportadores e das cidades vinculadas aos portos que querem uma melhor qualidade de vida. Os portos devem responder a esse desafio e no Congresso destacam-se as apresentações: “Perspectivas para os terminais graneleiros: Experiências em otimização do rendimento e operações mais verdes”; “Iniciativas de sustentabilidade e soluções intermodais: O Porto de Antuérpia, um caso de sucesso”; e o painel “Segurança e minimização do risco na atividade marítimo-portuária”.

Além destes e outros temas, a reunião de especialistas -tanto do setor público quanto do privado-, oferece a possibilidade de networking, uma mostra paralela com stands onde portos e empresas conexas expõem suas novidades e uma agenda para acompanhantes de primeira classe que fazem atrativo participar deste evento que, com certeza, elevará ainda mais o nível em relação à edição 2016 realizada no México.

Para mais informações: http://aapalatinoamerica.com/pt

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