Cidade chinesa de Gansu concentra esforços em energia renovável

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Poluição no país obrigou o governo a apostar em outras alternativas

A região noroeste de Gansu, uma remota e desértica área varrida por ventos, pode ser o menos amado e mais castigado canto da China, sob o ponto de vista ambiental. É o lar do primeiro campo de óleo no país, de diversas minas de carvão e de fabricantes de aço que contribuíram para dar notoriedade à China como o maior poluidor e emissor de dióxido de carbono do planeta.

Nos últimos anos, no entanto, a paisagem passou por uma transformação à medida que Gansu se tornou a linha de frente dos esforços do governo para reinventar a economia por meio de investimento maciço de energia renovável.

A mudança é visível logo depois de dirigir ao longo da planície de Jiuquan, antiga cidade-fortaleza que agora é sede de pelo menos 50 empresas de energia. Jiuquan tem a capacidade de gerar seis gigawatts de energia dos ventos, praticamente o equivalente de toda a Grã-Bretanha. O plano é triplicar o valor até 2015, quando a área poderá se tornar o maior parque eólico do mundo.

Conhecida por construir o equivalente a uma termelétrica de 400 megawatts movida a carvão a cada três dias, a China está levantando 36 aerogeradores por dia e construindo uma robusta rede elétrica de milhares de quilômetros para enviar a energia dos desertos do oeste ao leste.

É parte de um plano para suprir 15% da necessidade de energia do país até 2020 a partir de fontes alternativas. A maioria virá de energia hidrelétrica e nuclear, mas o governo também avalia os potenciais do vento e do sol nos desertos, nos planaltos montanhosos e na costa.

A crise ambiental é tão ruim que motiva a mudança. Se os danos fossem levados em conta, o crescimento econômico seria reduzido pela metade, estima Wang Yuquing, ex-vice-diretor do ministério da proteção ambiental. Ele projeta prejuízos de 2,5 trilhões de yuans, ou 5% a 6% do Produto Interno Bruto do país.