Metasa investe em engenharia e diversificação para enfrentar crise

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Animada com o polo naval, construiu uma unidade em Charqueadas, onde forneceria para a Iesa Óleo e Gás, que produziria módulos de plataformas para a Petrobras. Em crise, a Iesa fechou as portas

por PETRONOTÍCIAS

A falta de projetos é geral no país, com diversos setores da indústria afetados. O momento econômico faz com que investimentos não sejam feitos, principalmente nas áreas de Siderurgia, Mineração, Energia, Óleo e Gás, Petroquímica, Automobilística e Logística, de acordo com o presidente da Metasa, Horacio Steinmann. As olimpíadas do Rio de Janeiro e a indústria de Papel/Celulose – por conta do câmbio favorável – são as exceções à regra. Para compensar as perdas, a empresa decidiu diversificar seu portfólio e flexibilizar negociações. Mesmo assim, a previsão para este ano não é das mais animadoras, por conta da falta de investimentos e também pelo baixo preços do aço, que levaram a Metasa a investir em áreas como engenharia, layout de produção, gestão de projetos e atendimento ao cliente, por exemplo. Se em outubro de 2014, em entrevista ao Petronotícias, o executivo afirmou que o setor de Óleo e Gás representava 70% do faturamento da empresa, para 2016 a expectativa gira em torno apenas dos FPSOs de Libra e Sépia.

Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

Em 2015, com a retração da economia, o setor de estruturas metálicas foi impactado de forma bastante significativa, uma vez que está ligado diretamente a investimentos. Os principais setores consumidores de estrutura metálica, tais como Siderurgia, Mineração, Energia, Óleo e Gás, Petroquímica, Automobilística e Logística foram duramente castigados. Papel/Celulose foi favorecido pelo câmbio. Infraestrutura ainda tem alguma demanda em virtude das Olimpíadas no Rio de Janeiro e necessidade de pontes e viadutos para obras emergenciais e investimentos públicos com verba aprovada anteriormente. Isto posto, e considerando que a oferta do setor é superior à demanda atual de mercado, acarretou na redução dos preços praticados e no tamanho das empresas.

Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

A retomada do crescimento passa, inevitavelmente, pela resolução da crise política, gerando com isso um cenário positivo para o crescimento, acompanhado da retomada dos investimentos e, por consequência, geração de emprego, entrando a economia em compasso. Evidente que a necessária condução do ajuste fiscal, redução da máquina pública, eficiência dos investimentos públicos, etc estão implícitos para que possamos, através da solução da crise econômica, recolocar a economia nos trilhos.

Quais as perspectivas para 2016?

Apesar de todas as previsões, nós temos que acreditar que o Brasil não pode permanecer parado assistindo e aguardando o pior. Ao contrário, a classe empresarial deve ocupar o espaço em cena, que hoje está disponibilizado, por quem de direito deveria tomar as rédeas do país. No nosso setor, as oportunidades de mercado deverão estar acompanhadas de uma motivação para que o desempenho de produtividade seja alcançado, e, apesar dos preços baixos praticados, consigamos obter resultados que possibilitem a perenidade das empresas.

Quais são as principais ameaças para o seu mercado de atuação?

Com a diminuição das empresas de estrutura metálica, vários profissionais da área estão migrando para outras atividades como meio de sobrevivência. O desmonte das empresas de engenharia, cálculo, projeto básico, detalhamento e montagem também são visíveis. A atual situação do mercado brasileiro, somada a redução de demanda mundial por aços, gera nas siderúrgicas nacionais e distribuidoras uma grave crise deste segmento que afeta diretamente a cadeia produtiva, gerando grande insegurança ao nosso mercado. Considerando que os grandes investimentos têm entre dois e cinco anos de maturação, imagine a dificuldade de buscar todos estes produtos e serviços no exterior.

Como está o Planejamento deste ano no mercado e na Metasa?

Acreditamos que todas as empresas estão se esforçando para inovar, a fim de se manter no mercado. No nosso caso, para acompanharmos os baixos preços de venda, investimos em engenharia, layout de produção, gestão de projetos, serviços agregados, atendimento ao cliente, qualidade do produto e qualificação profissional. Também devido à redução do volume de investimentos e projetos no mercado, optamos pela diversificação do portfólio e flexibilização de negociação no intuito de estarmos efetivamente ao lado do cliente.

Qual será a participação de óleo e gás neste ano tão recessivo?

Com a redução da capacidade de investimento da Petrobrás, somado ao baixo preço do petróleo, as oportunidades são muito poucas. Estão no mercado para cotação os FPSOs de Libra e Sépia que, na melhor das hipóteses, iniciarão a produção no terceiro quadrimestre de 2016.