Porto de Rio Grande terá dragagem permanente, que permitirá maior movimentação de navios

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O CAP (Conselho de Autoridade Portuária) do Porto de Rio Grande, na sua primeira reunião presencial desde o início da pandemia da Covid-19, nessa semana, definiu a autorização para a realização de dragagem permanente no canal de acesso, antiga reivindicação dos segmentos ligados às operações no único complexo portuário marítimo gaúcho. “A dragagem continuada permitirá a entrada de navios maiores de forma permanente no cais, trazendo e levando mais cargas, ampliando a sua movimentação, e em conseqüência, ampliando também a demanda de serviços para a nossa categoria”, avaliou Sandro Araújo, delegado representante do Sdaergs (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul) como membro permanente no Conselho.

O encontro contou com a presença de dezenas de lideranças do setor, incluindo os dirigentes da Portos RS, que administra os principais portos de Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas, que sediou o encontro.

Segundo Araújo, até hoje a dragagem era feita esporadicamente, necessitando sempre de autorização específica para sua execução, o que provocava a redução do calado do porto durante boa parte do ano. “Com os serviços feitos de forma continuada, o calado se manterá sempre adequado para atracação de embarcações maiores, transportando mais produtos. O custo será bancado pela Portos RS, que administra o Porto de Rio Grande”, disse o despachante aduaneiro. Ele adiantou ainda que os terminais privados que operam no complexo rio-grandino, como o Tecon, anunciaram na reunião que vão se mobilizar em conjunto para aproveitar que a draga já estará trabalhando em Rio Grande para manter a profundidade  também nos acessos as suas unidades.

O representante do Sdaergs destacou igualmente a possibilidade de viabilizar o projeto de expansão do transporte de cargas do Uruguai, via hidrovia pelas lagoas dos Patos e Mirim, para o Porto de Rio Grande. “Esse é outro sonho antigo da comunidade de comércio exterior e poderia ampliar significativamente a movimentação de cargas pelo terminal gaúcho, uma vez que os navios não precisariam mais ir até Montevidéu, aumentando, da mesma forma, o volume de trabalho para os despachantes aduaneiros”, observou Araújo, ressalvando que “a implementação desse projeto, no entanto, ainda pode demorar bastante.”

A 45ª reunião do Conselho de Autoridade Portuária foi aberta com a posse dos novos membros do Conselho e a apresentação dos resultados preliminares da movimentação de cargas no Porto de Rio Grande no primeiro semestre de 2022. O delegado do Sdaergs  salientou que a dragagem deverá começar ainda esse ano, estando, agora, na fase de liberações ambientais. Ele explicou que nesse período, os terminais deverão aproveitar para também encaminharem seus projetos visando a aproveitar a estada da draga, que deverá vir da Alemanha.  A próxima reunião do CAP será em Rio Grande.