Indústria brasileira deve ficar de fora da parte principal da construção das novas plataformas de Búzios

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A Petrobras prevê colocar em operação um total de 10 plataformas de produção de petróleo e gás no campo gigante de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, até o fim da próxima década, incluindo as quatro que já estão em produção

A diretoria da Petrobrás sinalizou na sexta-feira (31) que não deve mudar sua postura em relação à contratação da indústria naval brasileira para as três novas plataformas previstas para o campo de Búzios, na Bacia de Santos. Em entrevista coletiva online o diretor de exploração e produção da companhia, Carlos Alberto de Oliveira (foto), disse que a empresa vai “seguir o que está na lei” – isto é, apenas 25% de conteúdo nacional. A julgar por esse percentual, o destino do grosso das obras das plataformas deve ser mesmo os estaleiros chineses ou de outros países asiáticos.

O que nós fazemos, na realidade, é pré-qualificar algumas empresas [para participar da licitação dos FPSOs]. Depois, vai ter um processo competitivo no que diz respeito às unidades próprias. A partir daí, são essas empresas que vão definir onde elas vão construir, de forma que possam atender o conteúdo local, que nesse caso é de 25%”, disse Oliveira. Das três novas embarcações de Búzios, duas serão próprias da Petrobrás e uma terceira será afretada.

Nesse momento da entrevista coletiva, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, tomou a palavra e disse: “Nós obedecemos a lei. Queremos a contratação que melhor atender os interesses da companhia, em termos de preço, qualidade e segurança”. Simples e direto, sem deixar margem para esperanças por parte dos estaleiros do Brasil.

Existem atualmente seis FPSOs sendo construídos pela Petrobrás no exterior. A companhia vem adotando uma postura de construir suas unidades de produção em estaleiros na China ou em outros países da Ásia.

Quanto aos possíveis impactos da pandemia do coronavírus nas obras das três novas plataformas do campo de Búzios, a petroleira está trabalhando com a hipótese de não ver efeitos da doença nos trabalhos de construção das unidades. “Como nós temos um processo que está se iniciando agora e só vamos assinar esses contratos em 2021, esperamos que o efeito da Covid-19 para a construção desses três FPSOs já tenha passado”, explicou o diretor executivo de Desenvolvimento da Produção, Rudimar Andreis Lorenzatto.