Praticagem de São Paulo recebe duas novas lanchas

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As novas embarcações têm 13,5 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, com calado máximo de 1,1 metro / Carlos Nogueira /AT

A Praticagem de São Paulo ganhou reforço de ponta para o trabalho dos práticos. Duas novas lanchas vão ajudar os profissionais a alcançarem os locais onde estão os navios à espera de manobra no Porto de Santos.

Com projeto inglês da Camarc Design, referência na área de Praticagem no resto do mundo, as novas embarcações são maiores do que as atuais, com mais estabilidade, potência e autonomia. Estas características vão auxiliar o serviço com a chegada dos navios maiores, da classe New Panamax, de 366 metros e com capacidade para transportar 14 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

A primeira embarcação desta série, a São Paulo Pilots I entrou em operação no final de junho. Construída pelo estaleiro Supmar, em Guarujá, um dos únicos no País com certificação para o trabalho, o custo da lancha está estimada em R$ 2,7 milhões. A segunda, a São Paulo Pilots II, deve iniciar os trabalhos até meados de setembro.

As novas embarcações têm 13,5 metros de comprimento e 4,5 metros de largura, com calado máximo de 1,1 metro. Elas se deslocam a uma velocidade de cruzeiro de 23 nós (o que equivale a 42,6 quilômetros por hora). Com capacidade para tripulação de dois marítimos e seis práticos, elas têm autonomia de 28 horas no mar.

Com essas duas novas aquisições, a frota dos práticos ficará com nove lanchas, que também atendem a região de São Sebastião. A ideia, a longo prazo, é trocar as mais antigas.

Há pelo menos 10 anos a Praticagem não contava com novas embarcações. “Foi uma quebra de paradigma para nós, pois estamos saindo de uma lancha de barra, que é um projeto brasileiro, para uma que é usada mundialmente”, afirma o diretor superintendente da Praticagem, Bruno Roquete Tavares.

Para o presidente da entidade, Nilson Ferreira, a chegada das duas embarcações é um avanço tecnológico, de segurança e de agilidade sem precedentes.

“Esses navios maiores vão trazer mais desafios para a gente, mas estamos em condições de atendê-los. Esse equipamento foi pensado justamente para isso. Já estamos preparados e da nossa parte não vai faltar nada para que o Porto de Santos continue crescendo”, garante Ferreira.

Tavares explica que as novas lanchas terão condições para buscar os New Panamax em uma área mais afastada da entrada do canal do Porto, o que dará uma segurança maior para a operação.

Para facilitar o embarque dos práticos nos novos barcos, um píer flutuante foi construído ao lado do local onde antes se atracavam as lanchas, na Ponta da Praia, em Santos.

Um passeio pelo tempo

Para mostrar a evolução das embarcações do órgão, ontem, a Praticagem apresentou com exclusividade para A Tribuna três modelos dos equipamentos que foram utilizados ao longos dos anos.

A lancha 25 de Janeiro, que entrou em funcionamento na década de 50, no século passado, e não está mais em operação, é toda feita em madeira e não tem potência para alcançar as embarcações atuais. No seu interior, o barulho do motor dificultava a comunicação. “Ela trabalhou por muito tempo numa realidade diferente, quando não havia a movimentação de navios que se tem hoje”, lembra o prático Fabio Mello Fontes, que tem quase 50 anos de carreira.

Nos modelos em uso atualmente, a velocidade e os recursos aumentam bastante, mas a diferença é grande quando a comparação é feita com a São Paulo Pilots I.

Além de velocidade, silêncio e conforto térmico em seu interior, que lembra um escritório no mar, a nova lancha ainda traz um painel de navegação repleto de recursos tecnológicos.

 

Fonte: A Tribuna