Exportadores estimam custo de até US$5 bi com medidas do governo para compensar redução do diesel

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A AEB estima que o saldo da balança comercial em 2018 deve ficar entre 52 bilhões e 55 bilhões de dólares, ante 67 bilhões de dólares em 2017.

Os exportadores brasileiros estimam um aumento de custos entre 4 bilhões e 5 bilhões de dólares com as medidas mais recentes do governo para compensar as perdas causadas pelo acordo com caminhoneiros para reduzir o preço do diesel, disse à Reuters o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

O setor exportador foi duplamente impactado por medidas do governo através da reoneração da folha de pagamento de alguns setores da economia e, especialmente, pela redução do Reintegra (de 2 para 0,1 por cento), um regime tributário específico para o setor exportador. O impacto maior, segundo Castro, será sobre o setor de manufaturados, que se beneficia do Reintegra.

“As empresas vão ter que absorver esse aumento de custos para elas e com medidas como essa, cria-se uma insegurança e dificulta-se o acesso internacional, cuja presença do Brasil é muito pequena”, disse Castro à Reuters.

As novas medidas do governo podem ter algum impacto no saldo da balança deste ano, mas o peso maior deve ser em 2019, uma vez que a maior influência do Reintegra recairá sobre manufaturados, e a maioria das encomendas de produtos industriais já foi feita dentro das regras anteriores.

O aumento de custos dos exportadores ocorre em um momento externo delicado, segundo Castro, em que a Argentina, principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, enfrenta uma crise econômica que pode afetar as compras de produtos brasileiros. Além disso, os Estados Unidos, adotaram medidas protecionistas para a entrada de produtos siderúrgicos no país.

Fonte: Reuters