Estaleiro Atlântico Sul espera obter carência de dívida para ganhar fôlego financeiro

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Para garantir o funcionamento, dois contratos estão em fase de negociação com a South American Tanker Company Navegação S.A. (Satco).

Com quase dez anos de operação, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) deve finalmente fechar o ano  com resultado operacional positivo. Hoje são necessárias 80 horas/homem (HH)  para produção de uma tonelada de navio. A média nacional éde 200 HH. Mas o resultado ainda não se reflete em receita. Os custos ainda são altos. O principal deles referente a financiamentos: anualmente são R$ 350 milhões destinados a esse fim. A dívida total é de R$ 1,6 bilhão (sendo R$ 1,3 bilhão junto ao BNDES), valor que deve ser pago até 2027. Além disso, a falta de novos contratos gera incertezas. A carteira de encomendas em andamento segue até 2019. A partir daí, o destino do projeto depende de uma série de fatores. Por isso, é fundamental para o estaleiro uma Medida Provisória (MP) que dê carência de dois anos dos seus financiamentos junto ao governo federal.

Para garantir o funcionamento, dois contratos estão em fase de negociação com a South American Tanker Company Navegação S.A. (Satco). Mas antes de assinar, a empresa aguarda a divulgação de demanda da Petrobras, justificando o investimento que chega a R$ 2,2 bilhões. “O primeiro contrato diz respeito à construção de oito petroleiros MR (Medium Range). Seriam quatro para transporte de óleo e quatro para transporte de produto. E aí o que se diz é que para esses últimos não haveria demanda. Não acreditamos que seja assim, afinal, hoje se importa navios, porque isso acontece se podemos produzir? Por isso, aguardamos a divulgação da demanda pela Petrobras, o que deve acontecer em julho”, explicou o presidente do EAS, Harro Burmann.