Protesto do Greenpeace em navio no MA

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Greenpeace invade navio no Maranhão para protestar contra desmatamento

O protesto de ativistas do Greenpeace em um navio cargueiro fundeado na baía de São Marcos, próximo ao porto do Itaqui, em São Luís (MA), completou cinco dias na sexta-feira (18).

Os ativistas escalaram a âncora da embarcação e permanecem presos à estrutura desde segunda-feira (14) para protestar contra o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de terra indígenas.

Sete ativistas estão se revezando, um por vez ou em duplas, na âncora do navio Clipper Hope, de 175 m de comprimento, registrado nas Bahamas. Os turnos de cada um variam de quatro a até seis horas na âncora. Segundo o Greenpeace, nem a tripulação do navio nem a Marinha tentaram interferir no protesto até o momento.

O Clipper Hope foi escolhido como alvo por causa da natureza da sua carga. Pertencente à Viena Siderúrgica S/A, sediada no Maranhão, ele estava previsto para aportar em São Luís na quarta-feira (16) para ser carregado com um carga de 30 mil toneladas de ferro gusa que seria levada para os EUA.

Em manifesto divulgado na internet, o Greenpeace disse que “o ferro gusa carrega destruição e violência em sua cadeia de produção”.O Greenpeace afirma que não tem data para deixar o navio.

DOCUMENTO

Paralelamente ao protesto, outros ativistas do Greenpeace entregaram na quarta-feira (16) ao Ministério Público Federal no Maranhão um relatório sobre irregularidades na cadeia de produção de ferro gusa no Estado.

Segundo o Greenpeace, a elaboração do relatório consumiu dois anos e sua conclusão aponta que madeira extraída ilegalmente é usada para a produção de parte do carvão utilizado no processamento do ferro gusa, componente primário na fabricação de aço.

A Procuradoria afirmou que vai abrir inquérito civil público para investigar as afirmações.

Em nota, a Viena Siderúrgica S/A disse que “contesta a legitimidade do protesto realizado pelo Greenpeace no navio”.

“O ferro gusa produzido pela empresa é gerado exclusivamente a partir de carvão vegetal de origem legal. A Viena descredencia automaticamente fornecedores que porventura venham a ter problemas de ordem trabalhista, social ou ambiental, sempre que forem constatadas irregularidades”, disse a empresa na nota. A Viena também afirmou que “respeita e se solidariza com as causas do Greenpeace, e informa que está analisando eventuais medidas para o caso”.

Os ativistas alcançaram o navio utilizando uma embarcação do grupo, o Rainbow Warrior, que havia chegado a São Luís no domingo (13). Ao se aproximarem, eles escalaram a corrente da âncora e permaneceram presos a ela.