Atrás da cerca em torno do Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, está o fio de esperança de parte dos trabalhadores demitidos do polo naval. A empresa está parada e em recuperação judicial desde dezembro, após cortar 4 mil funcionários em dois meses, mas a eventual retomada da construção do casco da plataforma P-71 empregaria 2,8 mil pessoas por 16 meses, com investimento estimado em US$ 280 milhões. A obra fazia parte do lote de oito unidades encomendadas pela Petrobras em 2010.
É por conta deste fôlego extra que o Sindicato dos Metalúrgicos, a prefeitura e entidades empresariais tentam convencer a estatal a reativar a construção. Audiências públicas em defesa do polo foram realizadas na Assembleia Legislativa do Estado e no Senado. E os representantes da cidade querem encontro com o presidente Michel Temer em busca de um compromisso para a retomada da obra.
Em dezembro a Petrobras rescindiu o contrato dos quatro cascos que restavam ser construídos no estaleiro. Em recente entrevista a uma rádio de Porto Alegre o presidente da estatal, Pedro Parente, sinalizou que não há interesse em retomar o projeto e mesmo que essa posição fosse revista, alguém teria que adquirir os ativos da Ecovix, pois a empresa não tem condições financeiras para operar.