Usina de R$ 3 bilhões em Rio Grande tenta recurso na Aneel

0
539
IMPRIMIR
Imagens mostram o projeto em Rio Grande, que usaria como terminal regaseificador um navio afretado (alugado) por longo prazoreprodução / Divulgação

Após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter revogado no início do mês a licença da usina termelétrica em Rio Grande que pertencia ao grupo gaúcho Bolognesi, foi protocolado nesta quinta-feira recurso para tentar reverter o quadro e manter de pé o investimento de R$ 3 bilhões. A decisão foi baseada no entendimento de que a Bolognesi não tinha condições financeiras de levar o projeto adiante, mas à época o empreendimento começava a ser repassado à norte-americana New Fortress Energy.

Foram apresentados documentos que mostram a disposição dos americanos de comprar o projeto — caso a Aneel reavalie a cassação da outorga — e a capacidade financeira e operacional de tocar a térmica e entregá-lo no prazo.

— Apresentamos um plano de transferência. Mas contrato de compra e venda só depois da decisão da Aneel — diz Marco Tavares, sócio-proprietário da consultoria Gas Porto, envolvida no projeto.

O esforço para reverter a decisão da Aneel começou na semana passada, com périplo de membros do primeiro escalão do governo gaúcho pela agência e pelo Ministério de Minas e Energia.

— Este empreendimento é muito importante para o Estado pelo investimento e para termos oferta de gás, tanto liquefeito quanto de carvão e por gasoduto. Isso nos dará mais competitividade — diz o secretário estadual de Minas e Energia, Artur Lemos, que agora espera desfecho favorável ao empreendimento.

A termelétrica, com capacidade de 1,2 mil megawatts (MW), seria a âncora de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) em Rio Grande. Além de ampliar a produção de energia elétrica, aumentaria a disponibilidade de um insumo que hoje tem oferta reduzida.

A energia a ser gerada pela térmica foi comercializada em leilão, em 2014. O início da geração, originalmente, era previsto para 2019. Agora, o prazo é 2021.

Fonte: Jornal Zero Hora  / Marta Sfredo