Recebi da editora Solaris Edições Culturais uma verdadeira obra prima. Trata-se do livro Nau Brasilis. Com textos e fotos históricos, documenta a trajetória da navegação mercante e da indústria naval brasileira, desde a herança portuguesa até a crise do setor nos anos 90. Aborda também os três anos de construção do porta-contêineres Log-In Jacarandá, retratado como um símbolo da retomada da indústria do setor.
A obra, do autor Carlos Cornejo, é dividida em duas partes. A primeira, quase cinco séculos da construção de navios no País é relembrada, indo até o seu declínio. O livro resgata o início da construção naval no Rio de Janeiro e Salvador, o berço dessa indústria, e ressalta a importância da Marinha de Guerra no Brasil para o seu apogeu.
Na segunda parte, o renascimento da indústria é retratada. Para isso, o autor acompanhou a construção do navio Log-In Jacarandá, o primeiro porta-contêineres construído no Brasil no século 21. “Através do livro conseguimos acompanhar todas as etapas de construção de um navio. E embarcação registrada nesta edição já está em operação hoje, integrando a nossa frota, escalando os principais portos do Brasil e ligando nosso país ao Mercosul”, disse em nota Fábio Siccherino, diretor comercial da Log-In.
Para ilustrar os mais de 500 anos da navegação brasileira, o Nau Brasilis traz uma seleção primorosa de fotografias, gravuras e pinturas. Selecionadas do acervo da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, duas imagens reproduzidas por Marcelo Lerner têm destaque: o presidente Getulio Vargas (1882-1954) na cerimônia de batimento de quilha do navio-mineiro Carioca (C1), em novembro de 1937; e o navio-tanque 340 B, de 1.500 toneladas de porte bruto, construído no Dique Cruzeiro do Estaleiro da Ilha do Viana, entre 1927 e 1929, por encomenda do governo argentino, sendo o primeiro grande navio para exportação produzido no País durante o século XX.
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