Turquia inaugura o maior aeroporto do mundo em Istambul

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O Grande Aeroporto de Istambul, situado na costa do Mar Negro foi inaugurado,segunda-feira, dia 29 de outubro, data que marca a 95º aniversário da fundação da República da Turquia. O novo aeroporto deverá receber 90 milhões de passageiros por ano na primeira fase, mas terá capacidade para movimentar mais de 200 milhões de viajantes anualmente, o que duplica a capacidade da maior plataforma aérea do mundo, o Hartsfield-Jackson, em Atlanta, nos EUA.

Dezenas de milhares de trabalhadores têm acelerado o ritmo das obras para cumprir o prazo de 29 de outubro, a data limite dada por Recep Erdogan.A construção do aeroporto tem vindo a ser alvo de protestos de violação de direitos dos trabalhadores, más condições de trabalho e dezenas de mortes em acidentes laborais.

Calcula-se que a obra custará €4,5 mil milhões, referindo Kadri Samsunlu, diretor do consórcio responsável pela construção, que será “o mais importante hub de ligação entre a Ásia e a Europa”. O desing do interior ostenta elementos que cruzam a arte turca e a arte islâmica, tendo a torre de controlo, em forma de tulipa, sido desenhada pela AECOM e Pininfarina, vencendo o Prémio Internacional de Arquitetura 2016.

O Grande Aeroporto de Istambul, segundo o ‘Independent’, contará com seis pistas e três terminais, um sistema de segurança de tecnologia de última geração, disponibilizando aplicações móveis e de inteligência artificial aos passageiros. No final do ano, o aeroporto Mustafa Kemal Ataturh irá ser encerrado, mantendo-se em operação, no lado asiático da cidade, o aeroporto Sabiha Gokcen. O nome oficial do novo aeroporto será anunciado durante a inauguração pelo presidente turco, uma infraestrutura que integra o plano de Erdogan para transformar o país num parceiro global. Os primeiros voos terão como destino interno Ankara, Antalya e Izmir, e para o exterior Baku e Ercan, no Chipre.

Hihat Demir, líder da União dos Trabalhadores da Construção, afirmou que a pressa de Erdogan para cumprir o prazo imposto foi a causa maior das mortes e acidentes de trabalho. “Este aeroporto tornou-se um cemitério”, avançou à Associated Press, descrevendo a pressão para acabar as obras e atribuindo ao cansaço das longas jornadas de trabalho “a desatenção que provocou a morte trabalhadores”.

A união de trabalhadores identificou 37 vitimas mortais, queixando-se que mais de 100 continuam por identificar. O ministro do Trabalho nega, contudo, as notícias de centenas de vítimas mortais, tendo sustentado em fevereiro que 27 trabalhadores morreram devido a “problemas de saúde e acidentes de viação”.