Tem início a reunião da IMO que definirá regras para poluição marítima

0
866
IMPRIMIR
A entrada em vigor dessa medida da IMO em 2020 poderia reduzir a pressão sobre a saúde das comunidades costeiras, particularmente na Ásia, África e América Latina
A entrada em vigor dessa medida da IMO em 2020 poderia reduzir a pressão sobre a saúde das comunidades costeiras, particularmente na Ásia, África e América Latina

O Comitê de Proteção ao Ambiente Marítimo da Organização Marítima Internacional (IMO) iniciou nesta segunda-feira 24) reunião para debater um conjunto de normas para emissão de poluentes no transporte marítimo. Atualmente, o bunker tem 3,5% teor de enxofre. A partir de 2020, deveriam passar a ter 0,5%. A reunião termina no dia 28.

Em 2008, a IMO aprovou por unanimidade uma redução nas emissões globais de enxofre a partir de 1º de janeiro de 2020. Essa data, no entanto, está condicionada aos resultados de um estudo para determinar se haveria disponibilidade de combustível de baixo enxofre suficiente nessa época. Esse estudo, encomendado pela IMO e publicado em agosto passado, mostra que em todos os cenários e opções de sensibilidade considerada haverá combustível limpo disponível e suficiente em 2020.

Apesar disso, a associação de petróleo e gás Ipieca, bem como de um grupo de empresas de transporte representado pela Bimco, estão trabalhando para que a medida só entre em vigor em 2025. A diferença de cinco anos — entre 2020 e 2025 — é o que estará em jogo na reunião do Comitê de Proteção ao Ambiente Marítimo da IMO.

“A entrada em vigor dessa medida da IMO em 2020 poderia reduzir a pressão sobre a saúde das comunidades costeiras, particularmente na Ásia, África e América Latina. O inverso também é verdadeiro. O atraso asseguraria que os impactos na saúde oriundos das emissões de enxofre persistirão nas comunidades costeiras que estão expostas, onde o tráfego de navios é mais intenso e onde as comunidades mais densamente povoadas”, explica o professor James Corbett, da Universidade de Delaware (USA). O atraso afetaria desproporcionadamente muitos dos países mais pobres do mundo: estudo mostra que a redução nas emissões dos transportes marítimos salvaria mais vidas nas comunidades costeiras dos países mais pobres da Ásia-Pacífico, América Latina, África e Oriente Médio, que estão localizados perto de grandes rotas. A implementação mais cedo também reduziria o peso sobre os gastos com saúde em nações que dificilmente se beneficiam do comércio global.