Surgimento de lama na Praia do Cassino levanta discussão em Rio Grande

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Técnicos da Universidade Federal do Rio Grande analisam imagens e monitoram a área afetada.Origem do resíduo ainda não foi comprovada. Ong SOS Cassino diz que a causa é a dragagem, mas a superintendência do Porto nega Foto: Nathália King/RBS TV

Moradores de Rio Grande, no Litoral Sul do Rio Grande do Sul, relataram o aparecimento de lama na Praia do Cassino neste fim de semana. Os primeiros registros começaram a ser compartilhados nas redes sociais no sábado (8). Segundo a Ong SOS Cassino, o caso é semelhante ao registrado em 2014, quando foi feita a última dragagem no Porto de Rio Grande. A origem do resíduo ainda não foi comprovada. A Ong diz que a causa é a obra, mas a Superintendência do Porto nega.

Assista a reportagem exibida no Jornal do Almoço

Nota da Superintendência do Porto do Rio Grande

A Superintendência do Porto do Rio Grande sobre o evento de lama na costa da Praia do Cassino informa que está em constante monitoramento do processo de dragagem do canal de acesso. Desde a última sexta-feira (7), a Superintendência e o Grupo de Trabalho formado entre o corpo técnico da autarquia e da Universidade Federal do Rio Grande observou o aparecimento de lama fluída e ampliou as análises que culminaram com uma reunião do Grupo de Trabalho neste sábado (8).

Foram analisadas conjuntamente as imagens de um levantamento aéreo e dos dados obtidos pelo Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira. Os eventos de lama fluída na praia possuem mais de 100 anos de ocorrências públicas registradas, com ou sem dragagem em andamento no canal do porto. A última dragagem ocorreu em 2014 e em 2016 (meses de julho e agosto), por exemplo, foram registrados diversos eventos de lama fluída na beira da praia.

O Grupo de Trabalho analisou as fortes ocorrências meteorológicas dos últimos dias, desde o ciclone extratropical, como a direção e força do vento em direção a costa e também as altas energias de ondas registradas nos últimos dias. Com todos os monitoramentos existentes, a SUPRG está analisando todas as hipóteses possíveis e não encontrou ainda a relação entre a dragagem e o surgimento de lama.

Cabe salientar que a dragagem conta com fiscalização a bordo e dados sendo analisados a todo instante para garantir o cumprimento das condicionantes impostas pelo Ibama. Da mesma forma, o processo de overflow esteve suspenso por 15 dias e nos ciclos foi utilizado o tempo mínimo, gerando o menor fluxo possível.

A Superintendência reforça o compromisso com a sociedade de que segue trabalhando junto à Universidade Federal do Rio Grande a investigação que busca encontrar a origem da lama que chegou a costa neste final de semana. O monitoramento do bolsão de lama segue, o sítio de descarte licenciado pelo Ibama e todo o processo em si de operação da dragagem de manutenção.