Setor agrícola questiona como ficarão acordos após o Brexit

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Responsável por apenas 1,5% das exportações brasileiras, o país era importante para as negociações do Mercosul com a UE

Após os resultados do referendo popular que retirou o Reino Unido da Comunidade Europeia por meio de uma votação extremamente apertada (52% contra 48%), a BBC Brasil lembrou, em um artigo, de um encontro realizado há alguns meses em Londres, no qual integrantes do governo brasileiro foram perguntados sobre o tema pela Confederação de Indústrias Agrícolas do Reino Unido, a principal entidade do setor.

Na ocasião, o representante brasileiro respondeu à entidade que a “nossa prioridade é negociar com a União Europeia e não com o Reino Unido individualmente”, uma afirmação que trazia implícita a defesa do governo brasileiro pela permanência do país no bloco, não apenas por aspectos econômicos, mas também políticos.

Segundo apurou a BBC Brasil, o Reino Unido tem sido um dos principais “fiadores” das negociações para o tratado de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Encabeçado pelo Brasil, o acordo sofre resistência de países como a França, temerosos de que produtos agrícolas sul-americanos possam enfraquecer a agricultura local.

Apesar de subsidiada, no entanto, a agricultura não é o forte da economia do Reino Unido (o setor responde por menos de 1% do PIB britânico), mais interessado nas perspectivas de negócio que se abririam com a ampliação do fluxo comercial ─ especialmente para os setores de indústria e de serviços, de acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil.

“O setor agrícola não é tão forte no Reino Unido como em outros países da Europa. O país sempre teve como princípio defender o livre comércio e está interessado nas oportunidades de investimento que vão surgir”, disse à BBC Brasil uma fonte envolvida nas negociações.