Se depender da lei brasileira, vamos respirar muita poluição

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Cidade de São Paulo, em foto de julho de 2010 (Foto: Keiny Andrade/LatinContent/Getty Images)

Nas últimas semanas, crises agudas de poluição do ar afetaram grandes cidades da Europa. O Reino Unido reviveu a época do grande smog. Em Paris, quase não se dava para ver a Torre Eiffel. As imagens são semelhantes às crises de poluição do ar na China, onde a concentração de poluentes é tão alta que é possível comparar com o ar respirado em um fumódromo.

No momento, as grandes cidades brasileiras não estão passando por crises semelhantes, mas a comparação traz à tona uma questão preocupante: a lei brasileira é muito permissiva. Pela legislação atual, os brasileiros podem respirar um ar até três vezes mais poluído sem a necessidade de o governo adotar medidas de emergência. “Os órgãos ambientais brasileiros dizem que a poluição está dentro dos limites legais. Só esquecem de informar a população de que esses níveis são considerados no mundo inteiro como alarmantes”, diz o consultor ambiental da USP Olimpio de Melo Alvares.