Estaleiro Ecovix e chilena Asmar se reúnem para construir navio de apoio Antártico em Rio Grande – RS

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O documento que confirma as intenções da parceria entre Ecovix e ASMAR já foi entregue à Marinha do Brasil. A vitória no edital do navio polar será uma grande oportunidade para o Estaleiro Rio Grande e toda a comunidade da Região Sul, pois vai gerar emprego e renda para a cidade / Divulgação

Dona do estaleiro em Rio Grande, a brasileira Ecovix uniu-se à estatal chilena Asmar para participar da licitação do projeto de construção do Navio de Apoio Antártico. A embarcação dará suporte à base brasileira na Antártida, reinaugurada no início deste ano. A parceria da Ecovix com a Asmar inclui um acordo de cooperação, com transferência de tecnologia da empresa chilena para a brasileira, a fim de aumentar as chances de vitória no edital, que está para sair.

Trata-se da primeira movimentação da Nova Participações, holding controladora da Ecovix, na retomada da construção de navios no estaleiro de Rio Grande (RS). Segundo a Ecovix, os chilenos desenvolveram vasto conhecimento em embarcações polares por seu posicionamento muito próximo ao continente Antártico.

Os últimos detalhes ainda estão sendo acertados pelas companhias. O novo projeto irá ajudar o setor naval brasileiro a se desenvolver ainda mais, adquirindo um conhecimento inédito no Brasil.

Ao mesmo tempo em que trabalha com cuidado e responsabilidade em busca de um resultado positivo no edital do navio polar, a Ecovix está empenhada em alavancar sua participação em outros empreendimentos desse porte. Para isso, contratou Luiz Fernando Pugliesi, responsável pelo desenvolvimento de novos negócios da empresa. Segundo ele, foi elaborado um plano que visa o crescimento na carteira de negócios.

“O nosso estaleiro é muito bem equipado. Temos tudo para fazer a construção de navios de qualquer porte e acredito que também temos espaço para fazer reparos e manutenção”, destaca Luiz Fernando.

A vitória no edital do navio polar, lembra Luiz Fernando, será uma grande oportunidade para o Estaleiro Rio Grande e toda a comunidade da Região Sul, pois vai gerar emprego e renda para a cidade.

O executivo afirma também que a Ecovix pretende investir em outros novos negócios, “Elaboramos um plano que visa um crescimento considerável na carteira de negócios e temos muito a explorar. O nosso estaleiro é muito bem equipado. Temos tudo para fazer a construção de navios de qualquer porte e acredito que também temos espaço para fazer reparos e manutenção. Existe mercado e estamos buscando as oportunidades. Vamos focar mesmo agora nessa nova possibilidade de construir a primeira embarcação polar no Brasil. E isso me anima bastante”.

A nova estação brasileira na Antártica, Comandante Ferraz, foi reinaugurada no dia 15 de janeiro deste ano apoiada pela Petrobras por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e operada pela Marinha do Brasil, a instalação é destinada a pesquisas científicas nas áreas ambiental, meteorológica, biodiversidade e química, hoje é uma realidade.

Conheça o atual navio Maximiano da Fonseca

Ele tem 93.4 metros de comprimento e 6.59 metros de calado. O navio mais novo da Marinha na Antártida tem um apelido um tanto simpático: Tio Max. É como os jornalistas, militares e pesquisadores costumam chamar o Navio Polar Almirante Maximiano, comprado em setembro de 2008 e onde são feitas cerca de 40% das pesquisas antárticas brasileira. O casco, pintado de vermelho (que identifica os navios antárticos), recebeu a inscrição H41 e o nome é para homenagear o almirante de esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca (1919-1998), ministro da Marinha no governo de João Figueiredo.

O ” Tio Max” na Baia do Almirantado. O navio tem cinco laboratórios, acomodações para 130 pessoas (30 pesquisadores), hangar e convés de voo, para operação de dois helicópteros /Fotos Guga Volks e Bruna Pavani

Em 2010, recebeu equipamentos para pesquisa, incluindo guinchos oceanográficos, ecobatímetros para medir grandes profundidades, doppler para perfilar correntes e termossalinógrafo, para medir temperatura e salinidade da água.

O barco foi construído nos Estados Unidos e lançado em fevereiro de 1974.O navio passou, ao longo dos anos, por diversas modificações e melhorias e atualmente é uma ferramenta essencial para pesquisadores e para apoio logístico.

Um dos trabalhos do navio é coletar dados oceanográficos da região para apoiar projetos do Proantar e atualizar cartas náuticas da região.No caso das pesquisas, elas são principalmente relacionadas às áreas de Oceanografia, Hidrografia, Geofísica, Geologia e Biologia.

Em novembro do ano passado, por exemplo, ele rebocou uma rede de microplásticos em apoio a um projeto científico da Universidade Federal de Pernambuco, com o objetivo de investigar a estruturação do ecossistema na Ilha Rei George, onde fica a Estação Antártica Comandante Ferraz.Parte do sucesso nas buscas pode se dar ao fato de os tripulantes do Maximiano já estarem acostumados com a região, à medida que Punta Arenas é um ponto usado por barcos brasileiros para abastecimento durante viagens à Antártica.

LABORATÓRIOS DO NAVIO MAXIMIANO DA FONSECA