A 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que teve início dia 24, na Universidade de Brasília (UnB), tem a participação do CNPq ao longo de todo o evento. A programação abrangerá desde a entrega de prêmios concedidos por este Conselho, à participação em mesas redondas e estande com a exposição “Quando nem tudo era gelo – Novas descobertas no Continente Antártico”, que reúne 160 peças do Paleoantar, projeto do Museu Nacional vinculado ao Programa Antártico Brasileiro e financiado pelo CNPq. O projeto é dedicado a coletar e a estudar rochas e fósseis da Antártica. Entre os objetos exibidos se encontram oito peças resgatadas dos escombros do Museu Nacional, após o incêndio que consumiu o prédio em 2018, além de ossos e de réplicas de animais pré-históricos.
A mostra incluirá a maioria das peças exibidas na exposição original, realizada no Centro Cultural da Casa da Moeda do Brasil, no Rio de Janeiro, e que durou dois anos. Agora remontada, a exposição apresentará novos fósseis, descobertos por pesquisadores que trabalham no Projeto Paleoantar, vinculado ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e que tem o financiamento do CNPq. As peças foram coletadas por equipes do Paleoantar na região antártica de 2015 a 2018 e remetem os visitantes da exposição a 90 milhões de anos atrás.A exibição permite que os visitantes entendam o que acontece na Antártica de forma didática, convidando-os a percorrer diferentes momentos da história daquele continente. Para tanto, são utilizados diversos meios. O percurso começa com a apresentação da situação atual.
Quem visita a mostra poderá observar as maquetes dos navios da Marinha do Brasil que levam os pesquisadores para a região, demonstrando o trajeto percorrido. Os visitantes também poderão conhecer as barracas utilizadas pelas equipes de pesquisa na Antártica e ver, de perto, as vestimentas usadas pelos pesquisadores naquela área geográfica.
Entre as peças exibidas também há um crânio de baleia minke anã; uma amonite fóssil, tipo comum de fóssil em formações marinhas do Mesozóico; e painéis mostrando a fauna atual, a dinâmica da teia alimentar do ambiente antártico e explicações sobre como o gelo dos icebergs se contrai e se expande no verão e no inverno antárticos. Além disso, os visitantes também poderão verificar como é o trabalho dos paleontólogos, por meio das ferramentas usadas no trabalho de campo, e como os fósseis são encontrados originalmente. Haverá também um modelo tátil do mapa da Antártica, que mostra onde trabalharam as equipes do Paleoantar.
A curadoria da mostra é dos paleontólogos e bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, e Juliana Sayão, professora de Museologia do Museu, que, por quatro anos, liderou as equipes em campo na Antártica. De acordo com a professora Juliana Sayão, a exibição foi pensada para estimular o diálogo com o grande público, gerando conhecimento e reforçando, dessa forma, a importância das expedições realizadas à Antártica. O intento inicial da mostra ocorrida no Rio de Janeiro também permanece o mesmo. “A lógica da exposição, de mostrar que tem uma diferença da antártica de hoje para a antártica do passado, se mantém”, explica ela.